Autor: José Alfredo Schierholt


Autor: José Alfredo Schierholt
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Montagem: Orestes Josué Mallmann

quarta-feira, 2 de novembro de 2011


 
Foto rica em dados

Esta foto é rica em algumas informações. O fotógrafo José Wagner estava em cima do telhado de dois pavimentos, onde hoje está a Livraria Papelaria Cometa. A enchente de 8 de maio de 1941 foi a maior do século XX. Só meio metro a menos que a de outubro de 1873, a maior de todos os tempos, que cobriu toda a Praça Marechal Floriano.
Aqui abro um parágrafo par lembrar o apelido de Praça da Matriz. Aliás, pode parecer uma vingança da História, pelo que Floriano Peixoto fez à Democracia. O Marechal de Ferro devia ter promovido as eleições quando Deodoro da Fonseca renunciou. Como resultado, estourou a Revolução Federalista, com 10 mil mortos, dos quais 50% degolados! O nome da praça lembra isso... E tem mais uma rua em Lajeado que homenageia Floriano Peixoto, apesar de haver lei municipal que proíba duplicação de homenagens. O que fazem nossos homens públicos!
A foto mostra o início da Rua Deodoro da Fonseca, na margem direita do Arroio Lajeado, agora Canal do Engenho. A parte inicial desta rua, do canal até à Rua Bento Gonçalves, foi doada pelo Município aos Irmãos Maristas. À esquerda da citada Rua Deodoro da Fonseca, na esquina da Bento Gonçalves, estava um sobrado antigo, pertencente à viúva Elisabeta Altenhofen Matte, que o alugou para José Luís Bard. Na sala principal deste sobrado foi instalado o Município de Lajeado, em 25-2-1891. Lá funcionou a Intendência Municipal, até ser inaugurada a Intendência própria, em 2-8-1900, hoje Casa de Cultura.
O sobrado foi adquirido pelos Irmãos Maristas. Em 1957, foi demolido para dar espaço ao atual prédio do Castelinho. À direita, está o primeiro prédio do Colégio São José. Foi inaugurado em 1-3-1908, pelos Irmãos Maristas. Tudo foi demolido, para ser construído o atual prédio do Colégio Presidente Castelo Branco, em 1958. O Centenário do Colégio São José passou e sua história não teve patrocínio para ser publicada, nem público, nem privado, nem em parceria.
 
Cultivo do Patriotismo

Terminou a Semana da Pátria. Certamente, o brasileiro teve oportunidade de refletir o significado, abrangência e profundidade do amor à Pátria e a qualidade de patriota.
 Ultrapassando os 70 anos de idade, já vivi algumas fases diversas de patriotismo. Lembro com saudades da escola primária, nos idos de 1942 a 1946. Antes do início das aulas, todos os dias os alunos estavam em fila no pátio para hastear a Bandeira e entoar o Hino Nacional. Lamentavelmente, o amor à Pátria, cultivado na época do Estado Novo, estava eivado de personalismo, o fenômeno caracterizado pela concentração da unidade da força política e do prestígio de um partido na pessoa de Getúlio Vargas. Sua foto e imagem foram espalhadas em todas as escolas e repartições públicas. Era o modismo da época, com Hitler, Mussolini, Stalin, Franco, Perón, Mao Tse-Tung e, Fidel Castro e outros.
Na ditadura militar de 64, o amor à Pátria se identificava com o ufanismo, cultivado nas aulas de Educação Moral e Cívica. Depois, surgiu o patriotismo das diretas-já,  dos caras pintadas e do "fora Collor". Hoje, falta o incentivo ao verdadeiro patriotismo. O mau exemplo de antipatriotismo vem de cima e se espalha por todos os lados: mensalão, CPI da Terra, CPI dos Bingos, CPI dos Correios, CPI dos Sanguessugas, Caixa 2, Lavanderia na Mega Sena, Lavagem de Dinheiro e por aí vai... O verdadeiro patriotismo não se cultiva com discursos. Só com exemplos de trabalho, de competência, de qualificação, de doação e de vida. Palavras comovem. Exemplos arrastam.

Pequenas biografias

Frederico Henrique Jaeger
Ele foi o primeiro chefe do Poder Executivo de Lajeado, como presidente nomeado da Junta Municipal, de 25-2-1891 a 10-7-1891.
Nasceu em 16-10-1861, em Lajeado, primeiro filho de Luís Frederico Jaeger e Catarina Scherer. Em 20-12-1884, casou-se com Paulina Blauth (*16-10-1868 + 10-4-1946, filho de Pedro Blauth e Filipina Lambert), tendo os filhos: Dr. Artur, Etvino, Orlando, Osvaldo, Beno, Felicita (ou Cita), Valdemar, Hermes, Adelina, Cecília, Arcíria e Isvênia. Coronel da Guarda Nacional, mais conhecido pelo seu primeiro prenome, mais tarde teve o apelido Grossvater.
 Cofundador do Partido Republicano, foi um dos líderes da emancipação de Lajeado, eleito em 15-10-1891, na primeira Legislatura do Conselho Municipal, com 445 votos, o segundo mais votado, e mandato de 16-11-1891 a 15-10-1896. Foi reeleito em 20-7-1904, com 1.835 votos, o mais votado para a quarta Legislatura e mandato de 20-8-1904 a 20-8-1908, período em que foi escolhido como presidente do Conselho Municipal. Em 24-8-1918, foi nomeado escriturário da Intendência e inspetor escolar; em 19-7-1920, foi secretário geral da administração; em I923, vice-intendente; em 1924, presidente do Conselho Escolar do Estado, arquivista e estatístico municipal; em 1932, secretário geral da prefeitura, aposentando-se no ano seguinte, em 6-8-1933.
Faleceu em 27-7-1934, em Lajeado, onde é homenageado com nome de rua.
 
Resgatando primitivos nomes

Barté - Primitiva linha colonial na zona alta de Lajeado, antes de 1915.
Bassoroque - Linha colonial em Arvorezinha, na Barra do Arroio Divisa, onde por muitos anos existia o Marco Guamirim como divisa, ao ser criado o distrito de Arvorezinha, em 1922.
Bastian - Antiga seção colonial, em 1922, primitivo território de Lajeado, hoje pertencente a Anta Gorda.
Bastos - Afluente na margem do Rio Fão, morro e linha colonial em Marques de Souza, fundada em 1879 por empresa Bastos, Klenzen & Cia., primitivo território de Lajeado, hoje Marques de Souza, entre Tamanduá, Linha Orlanda e o Rio Porqueta. Entre os primeiros colonizadores se destacaram remanescentes do extermínio Mucker, que culminou no Ferrabrás, em 2-8-1874. 24 anos depois, no final do ano de 1898, Linha Bastos foi palco de linchamento de cinco Mucker, mistério que ninguém gosta de lembrar.
Bastos & Companhia - Empresa imobiliária e colonizadora de terras nas zonas altas do primitivo território de Lajeado, em Arroio do Meio e Encantado, segundo mapa de Estrela, de 1887.
Bastos, Alves & KIenzen - Empresa imobiliária e colonizadora, formada em 1878, para colonizar a Colônia Bastos, no ano seguinte, e a parte norte de Lajeado, entre Forquetinha, Rio Fão e Rio Forqueta. Há documentos que dão o nome de Bastos, Klenzen & Cia. Com a aquisição de mais terras, a empresa passou a razão social para Bastos & Companhia.
Bastos, José Joaquim de Carvalho - Proprietário de terras nas cabeceiras do Arroio das Palmas e de outras áreas, integrando a empresa Bastos, Alves & Klenzen, também por vezes denominada Carvalho Bastos & Cia. Seu sobrenome deu origem ao nome Linha Bastos.
Bastos, KIenzen & Cia. - Empresa imobiliária que colonizou Linha Bastos, lá por 1876, em Marques de Souza.
 
José Alfredo Schierholt                                                                                     Orestes Josué Mallmann
schierholt@gmail.com                                                                orestesmallmann_gremio@hotmail.com

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