OASE de Marques de Souza 1931-1934
Questionamo-nos, amiudadamente, por que no Abrindo o Baú as mulheres são destacadas tão poucas vezes.
Em história, isso tem sua razão de ser. Poucas vezes, as mulheres exerciam funções públicas. Já desde a era das Cavernas, seu destino era dedicar-se exclusivamente às tarefas domésticas.
Mesmo como parteiras e professoras, atuavam nas quatro paredes, como ainda acontece no Afeganistão e noutros países atrasados. A foto de hoje traz 13 senhoras da OASE de Marques de Souza, lideradas por Mariane Sänger, esposa do pastor Rodolfo Sänger.
Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas - Oase é uma entidade assistencial, com o nome de Frauenhilfe, existente, praticamente, em todas as comunidades evangélicas. A primeira no Brasil foi fundada em 1899, em Rio Claro, SP.
A OASE de Marques de Souza já existe desde a instalação da paróquia e moradia do pastor. Por tradição, a tarefa de liderar a OASE cabia à esposa do pastor, sem ser sua presidenta. Além de auxiliar nos serviços de apoio da comunidade, a Ordem Auxiliadora colaborava no coral, na escola paroquial e na organização das festas comunitárias.
Pastor Sänger ficou em torno de três anos em Marques de Souza, mas deixou marca inapagável. Reconstituiu a memória da comunidade. Deixou escrita a sua história, da qual Eberhard Sydow, de saudosa memória, se serviu para completar a pesquisa, publicando-a em livreto. Escreveu também sete crônicas sobre o centenário de Tamanduá.
Pequenas Biografias
Juvenal José Pinto
Prefeito nomeado de Lajeado, governando o município de 7-8-1943 a 13-3-1945.
Nasceu em 28-11-1895, em Passo Fundo, filho de Domingos José Pinto e Aurélia Meireles dos Santos. Estava casado com Emerita Dias Pinto.
Cursando a Escola de Agricultura de Grignon, na França, especializou-se em Agronomia e Zootecnia. No Ministério da Agricultura atuou no Serviço da Indústria Pastoril.
Notável escritor e orador, publicou suas alocuções, discurso e outros textos em Fascínio da Terra, livro de 364 páginas. O prefácio foi assinado por Érico Veríssimo, em 31-12-1954, quando morava na Rua Felipe de Oliveira nº 1.415, em Porto Alegre. Incluiu 15 discursos proferidos em Lajeado, onde tomou posse em 7-8-1943, vindo como prefeito de Osório. Como não estivesse identificado com a comunidade, funcionário público prepotente da ditadura getulista, malquistou-se com lideranças e classes produtoras da agricultura, indústria e comércio, especialmente por medidas arbitrárias na distribuição de gêneros alimentícios e racionamento de combustível.
Em dezembro de 1944, lideranças se reuniram para encontrar um clima de diálogo, o que não foi possível, razão pela qual em 10-3-1945 diretores da ACIL e Associação Rural, em audiência direta com o secretário do Interior, Dr. Cilon Rosa, pediram o afastamento do prefeito, ocorrido três dias depois.
Sua administração foi me contada oralmente em visita à sua casa, em Porto Alegre e transcrita no livro LAJEADO I, pp. 169-170.
Faleceu em 26-5- 1987, em Porto Alegre. Por sugestão do autor desta página, Juvenal é nome de rua em Lajeado, no Bairro Moinhos d' Água, Loteamento Jardim Botânico - cf Projeto de Lei do Vereador Paulo Gilberto Dörr, aprovado pela Câmara, em 13-7-2004.
ALIVAT – Academia Literária do Vale do Taquari
Jorge Luís da Cunha
Jorge Luiz é doutor PhD, professor titular na Universidade Federal de Santa Maria, desde 1996, pesquisador e escritor.
Nasceu em 11-7-1959, em Roca Sales, RS, filho de Darcy João (já falecido) e Maria da Cunha, residente em Lajeado. De 1966 a 1977, cursou em Lajeado o primário, o ginásio e o segundo grau, no Colégio Estadual Presidente Castelo Branco. Em 1975, iniciou a profissão de comerciário na Casa Americana em Lajeado, seguindo de 1977 a 1983 como funcionário da Companhia Souza Cruz, em Santa Cruz do Sul, RS. Em 1977, iniciou o curso de Estudos Sociais, História e Geografia, nas Faculdades Integradas de Santa Cruz do Sul – FISC. Em 1983, para realizar o Mestrado em História Social do Brasil, na Universidade Federal do Paraná, transferiu-se para Curitiba.
Em 23-9-1988, defendeu a dissertação do Mestrado Os colonos alemães e a fumicultura: Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul 1849-1881, publicada em 1991 pela Editora da FISC. De agosto de 1982 a dezembro de 1995 foi professor na Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC.
Partindo para a Alemanha, em 1991, fez o doutorado em História Medieval e Moderna/Contemporânea na Universidade de Hamburgo, cuja tese resultou no livro em língua alemã Rio Grande do Sul und die deutsche Kolonization, em 1995. Em 304 páginas, abrangendo o período de 1824 a 1914, estudou a história da emigração teuto-brasileira e a colônia alemã no Sul do Brasil.
Sobre o tema da imigração alemã organizou e publicou ainda as obras Imigração alemã no Rio Grande do Sul: história, linguagem, educação, em 2003, e a obra bilíngue comemorativa aos 180 anos da imigração e colonização alemã no Rio Grande do Sul, de 2004, Cultura alemã 180 anos – Deutsche Kultur seit 180 Jahren. Esta recebeu o Prêmio Açoriano de Literatura, concedido pela Prefeitura de Porto Alegre.
Desde 1996, integra o corpo docente da Universidade Federal de Santa Maria, RS, onde já exerceu a função de Diretor do Centro de Educação, no período de 1997 a 2005. Desde então, tem a função de Pró-Reitor de Graduação da mesma universidade. Além disso, é membro da comissão do Ministério de Educação responsável pela implantação da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA, em dez cidades do noroeste e sul do Rio Grande do Sul.
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