Criado Município de Lajeado há 117 anos
Lideranças políticas de Lajeado já tinham percebido que sua dependência do município de Estrela, desde 21-2-1882, podia acabar. Não temos o processo da emancipação. O Livro dos eleitores de Estrela, de 1890, indicava haver em Lajeado 1.411 inscritos, ou seja, 54%, numa área de 3.500 km². A crise política após a Proclamação da República atrasava o processo. Finalmente, o então governador Cândido José da Costa assinou a Lei 57, em 26-1-1891, nome e data lembrados com denominação de ruas no Bairro Hidráulica:
O Governador do Estado, no uso dos poderes que lhe confere o Decreto nº 7, de 20 de novembro de 1889, resolve criar um município constituído do território do 2ª distrito do termo de Estrela, chamado Lajeado, que fica elevado à categoria de vila com a mesma denominação. Palácio do Governo, em Porto Alegre , 26 de janeiro de 1891. O general-de-divisão Cândido Costa.
Cabia à comissão organizar as eleições municipais e preparar a sede do governo municipal, denominada Intendência.
A foto mostra o palacete da viúva Elisabeta Matte, alugado para José Luís Bard, solicitador, para servir de primeira Intendência, nome alterado para Prefeitura, em 1930. Localizava-se na então Rua da Igreja, hoje Bento Gonçalves, com esquina de baixo da Rua São Joaquim, hoje Marechal Deodoro. Lá funcionou a Intendência até 20-8-1900, quando foi transferida para sede própria, hoje Casa de Cultura Município de Lajeado. O sobrado foi demolido para dar lugar ao prédio da E.E. Presidente Castelo Branco.
Pequenas biografias
Nos 117 anos de criação do município de Lajeado, hoje, é justo lembrar o nome do governador que assinou a lei nº 57, em 26 de janeiro de 1891. Por isso, Cândido Costa é nome de rua no Bairro Hidráulica, em Lajeado, conforme Dec. 621, de 6-9-1957, consolidando denominação já existente, antepondo a patente militar de General. Revestida de paralelepípedos, com 340m de extensão em três quadras, a rua é estreita, com 7m de largura de pista de rolamento. Inicia na Rua Leopoldo Feldens e termina fazendo esquina com a Rua Carlos Gravina, junto à BR-386, sem atingi-la, sendo o último endereço de nº 340.
Deveria ser Rua Governador Cândido Costa. Não se encontra foto dele.
Ele nasceu em 2-9-1823, no Rio de Janeiro. Cândido José da Costa, seu nome completo, estava casado com Raimunda Maria da Conceição. Cursou a Artilharia na Escola Militar do Largo de São Francisco, Rio de Janeiro, onde foi Alferes, em 25-7-1845; 2° Tenente, em 30-4-1852; Capitão, em 2-12-1854; Major, em 15-7-1857; Tenente-Coronel, em 21-2-1880; Coronel, em 5-9-1883; Brigadeiro, em 31-6-1885, e General-de-Divisão, em 15-4-1890, assumindo o Comando das Armas no então 6º Distrito Militar, hoje 3ª Região Militar, com sede em Porto Alegre. Exercia estas funções, quando, em 10-5-1890, foi nomeado para ser o Governador do RS, exercendo o poder de 24-5-1890 a 16-3-1891. Assinou o Manifesto dos 13 Generais, em 31-3-1892, contestando a legitimidade da presidência de Floriano Peixoto. Consta ter sido um caráter equilibrado, pacifista. Foi bem recebido pela imprensa monárquica, na linguagem castilhista, com o objetivo de atraí-lo às suas hostes e captar-lhe a simpatia. Procurou entender-se com a liderança de Júlio de Castilhos. Seguiram-se meses de tranqüilidade no RS, o que, entretanto, não agradou aos liberais. Por essa razão, os jornais da União Nacional passaram a hostilizá-lo, o que provocou a reação policial. Com o tempo, não foi poupado nem no lar doméstico. Durante o seu Governo, completou-se o processo de emancipação política de Lajeado, assinando ele o Ato Estadual nº 57, em 26-1-1891. Por esta razão, é lembrado com nome de rua nesta cidade. Faleceu em 10-12-1909, no Rio de Janeiro.
Pelas Letras do Vale
É médico especialista em Gastroenterologia e Cirurgia do Aparelho Digestivo, em Porto Alegre , com passagens por Progresso, Marques de Souza e Lajeado.
Nasceu em 15-5-1940, em Santa Cruz do Sul, filho de Armindo Rodolfo May e Leolita Cecilia Hochscheid May.
Diplomou-se em 1963, pela Ufrgs. Foi membro da SMAT em 1964 e secretário de 1966 a 1968; delegado junto à AMRIGS e presidente da SMAT, de 1970 a 1973; membro do Conselho de Representantes da AMRIGS de 1972 a 1977; delegado junto à AMB de 1973 a 1981; integrante do Programa de Educação Médica da AMRIGS de 1975 a 1980; médico-chefe do Centro de Saúde de Lajeado, de 1967 a 1981; sócio fundador da UNIMED em Lajeado e seu presidente de 1981 a 1988; presidente do Corpo Clínico do Hospital Bruno Bom, de 1974 a 1976. Atualmente é presidente da UNIMED/RS - Federação das Cooperativas Médicas do RS. Em Lajeado, foi vereador pela Arena, de 31-1-1969 a 31-1-1973. Membro titular da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores e da Academia Sul-riograndense de Medicina, ocupa a Cadeira no 7. Tem dezenas de artigos, ensaios, contos e crônicas publicadas em antologias. Publicou Terra da Boa Esperança (1989), Inquéritos em preto-e-branco (1994) e Pelos (des)caminhos da medicina assistencial brasileira(1996). Com o ensaio Médicos e Literatura participou da antologia Médicos Escrevem, lançado em 22-6-1995. Vidas contra a Corrente é o seu conto na Antologia de Contistas Bissextos, publicada em novembro de 2007.
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