Reinaldo Senden
fabrica cigarros
Reinaldo Senden foi um jovem
empreendedor. Anunciou uma Fábrica de
cigarros, charutos e charutinhos em São Gabriel da Estrela – antigo nome de
Cruzeiro do Sul. Tem sempre grande
estoque em cigarros, charutos e charutinhos, confeccionados a capricho e
esmero. – Aceita-se encomendas de qualquer quantidade e qualidade – conforme
O Labor, de 25-11-1922.
Mais tarde, retornou a Lajeado, segundo
o livro de registro Status Animarum
da Paróquia de Santo Inácio, de 1931, nº 145.
Com o nome completo de Leonardo Reinaldo
Senden, nasceu em Lajeado em 1900, filho de Karl von Senden e Ana Maria Werner.
Essa Ana Maria Senden nasceu em 18-9-1876 e faleceu em 14-5-1956, sepultada no
Cemitério Católico da Hidráulica. Leonardo casou-se em 29-11-1924, em Lajeado,
com Nayr Job (nascida em 1905, em Taquari, filha de João Job e Clara da Cunha),
tendo os filhos João Carlos (* 1927) e Maria (* 1928). São dados que servem a
genealogistas.
Tiro
de Guerra de Bom Retiro do Sul
A proximidade e boa vizinhança com a cidade
de Taquari fizeram com que Bom Retiro do Sul tivesse algumas vantagens e
condições de progredir. Suas principais fazendas, de pequenas extensões,
produziam agricultura e pecuária. As sobras eram comercializadas através do
Porto da Úrsula, seu primeiro nome. A atual área do centro urbano pertencia a Adolfo
Martins Ribeiro, que vendeu alguns lotes a Jacó Arnt, fundando o povoado de Bom
Retiro, em 15-3-1887. Em 5-12-1895, pelo Ato nº 11, o povoado foi elevado à
categoria de sede do 2º distrito de Taquari. O 1º subintendente foi Luís Manuel
Lautert. O primeiro prédio foi destinado a um armazém, trapiche e maxambomba.
Para que o Serviço Militar obrigatório
feito em quartéis do Exército não provocasse o êxodo rural, foram criados as
Escolas de Instrução Militar. Em 1912, foi fundada a mantenedora do Tiro de
Guerra nº 208. Os formandos obtinham o Certificado Militar de 2ª Categoria.
Uma
foto aqui anexa recorda a turma de 1921, com 26 recrutas, junto a autoridades,
membros da diretoria da mantenedora e o sargento do Exército instrutor da
Escola de Instrução Militar.
Festa de São
Pedro em Encantado em 1917
O município de
Encantado se prepara para comemorar o centenário de sua emancipação de Lajeado,
instalado em 1º de maio de 1915. Para contribuir com sua memória, vamos
resgatar os festejos populares que lá realizavam na Festa de São Pedro, como os
três dias de festa na sexta-feira, sábado e domingo, de 29, 30 de junho e 1º de
julho de 1917, noticiado pelo semanário O Labor, de 7-7-1917:
Revestiram-se
de maior brilhantismo os festejos realizados no vizinho município, nos dias 29,
30 de junho e 1º deste mês, em louvor a São Pedro, seu padroeiro.
A vila que se
achava repleta, apresentava um aspecto deslumbrante. Desde a casa de Secchi até
à casa de Villeroy estendia-se uma belíssima avenida de arcos de folhagem,
ladeados de avenques de bandeiras multicores. Defronte à igreja, erguia-se vistoso
correto, artisticamente enfeitado.
A missa solene
foi cantada perante extraordinária concorrência, inclusive de pessoas de vários
municípios limítrofes. Fez o panegírico o vigário D. Giorgio Cavigiolo, com a
sua proverbial eloquência e elegância de frase. Cantaram a Ave Maria ao
Pregador as senhoritas Consuela Villeroy, Theodora Mac Ginitis e Alzira Pretto,
acompanhadas ao harmonium pelo capitão Raul de Villeroy.
No dia 30,
realizaram-se festejos em louvor ao Sagrado Coração de Jesus, oficiando o padre
D. Balduíno Spengler, Vigário de Roca Salles e fazendo a prédica D. Giorgio
Cavigiolo.
Nesse dia, à
tarde, numerosas pessoas gratas, entre elas o coronel Virgílio (Antônio da) Silva, Intendente municipal, advogado João
Buchmann, Baptista Grando, Virgiliano Rocha, João Ferri e muitos outros, cujos
nomes seria longo numerar, acompanhados de banda de música local e da do Arroio
da Seca, foram cumprimentar o Padre D. Giorgio, que ofereceu-lhes lauta mesa e
finos líquidos. Orou em primeiro lugar o nosso distinto representante
colaborador João Luiz Buchmann, advogado deste foro, que em elegantes e
inspiradas palavras saudou o vigário D. Giorgio, fazendo a apologia das altas
virtudes, do saber e da inteligência de tão digno sacerdote. Visivelmente
comovido, mas em belas palavras, D. Giorgio respondeu a manifestação que lhe
era feita, principalmente o digno festeiro Virgílio Rocha, o padre D. Balduíno
Spengler e os visitantes em geral. Falou, em seguida, o capitão Villeroy,
saudando a comissão dos festeiros, representada na pessoa de seu digno
presidente Coronel Virgílio Silva.
Em todos os dias
de festa houve animados leilões de ofertas e suntuosos bailes, enormemente
concorridos.
Foto: O LABOR 7-7-1917, noticia a festa de São Pedro,
em Encantado, nos dias 29, 30 e 1-7-1917
Maxambombas
Maxambomba era
um mecanismo característico nos portos do Rio Taquari, como registram os bons
dicionários.
Na parte interna
do armazém ou trapiche havia um grande pião de madeira, com um cambão para
movimentá-lo, por tração animal, cavalar ou muar, o qual volteava em cancha
circular, fazendo o pião rodar. No pião, estava enrolado um cabo de aço, em
cujas extremidades estavam presos os troles. Estes rodavam por sobre dois pares
de trilhos de aço, semelhantes a uma estrada de ferro. Os trilhos estavam
assentados sobre caibros ou dormentes, fixados em cima de grossos troncos de
madeira, fincados no chão, ou então por sobre muros de pedras, de tijolos ou
mesmo de concreto. Os caibros estavam colocados transversalmente sob os
trilhos, desde o trapiche, até dentro da água do rio, em seu nível mais baixo.
Ao ser movimentado o grande pião, os dois troles rodavam por sobre os trilhos,
de maneira que, enquanto um subia, desde o barco até o armazém, o outro descia,
do armazém ao barco, para a carga e a descarga, num contínuo vaivém.
Normalmente, entre os trilhos havia uma escadaria para os passageiros e
tripulantes. A primeira
maxambomba é de 1852, em Taquari. Nos principais portos do Rio Taquari, havia em
torno de 30 maxambombas. A foto registra
uma foto de 1921, uma maxambomba no porto de Bom Retiro do Sul.
Dr. Felipe Augusto Hexsel
Dr. Hexsel foi médico clínico geral,
cirurgião e escritor.
Nasceu em 12-2-1928, filho de Hugo Hexsel e Irma Scherer Hexsel, casado com
Yeda Santos Hexsel, tendo os filhos Sérgio, Cláudio, Marisa e Ricardo.
Formou-se pela Ufrgs em 1953.
Iniciou a profissão em
Não-Me-Toque, em 2-1-1954. Em junho, mudou-se para Lajeado, onde tinha parentes
e muitos amigos. Foi eleito e reeleito presidente da Sociedade de Medicina do
Alto Taquari, em 1957-1958, desligou-se em 12-7-1963. Como 2° diretor clínico
do Hospital Bruno Born, assumiu em 5-10-1960. Presidiu o Rotary Clube em 1959.
Em 1963, mudou-se para Iraí,
seguindo para São Leopoldo, terra de sua esposa, de onde se transferiu para os
USA, em Pittsfield, em 1974 e, finalmente, em Houston, onde se aposentou em
1994.
Como hobby praticava
radioamadorisno, sempre bem conectado, lembra Sérgio Mello Jaeger.
Em 1997, publicou o livro Caminhos
de um médico de aldeia – De Não-Me-Toque, RS à Houston, nos USA,
suas memórias escritas de forma simples. Com 174 páginas, foi publicada pela
Editora Sulina, de Porto Alegre. A capa foi produzida por Rogério Costa
Arantes. A revisão foi feita por Delza Rocha Freitas. Luís Gomes foi o editor.
Mais dados dele não há.
teria algum mapa da região do porto da Úrsula?
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