Autor: José Alfredo Schierholt


Autor: José Alfredo Schierholt
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Montagem: Orestes Josué Mallmann

sexta-feira, 9 de agosto de 2013




Reinaldo Senden fabrica cigarros


        Reinaldo Senden foi um jovem empreendedor. Anunciou uma Fábrica de cigarros, charutos e charutinhos em São Gabriel da Estrela – antigo nome de Cruzeiro do Sul. Tem sempre grande estoque em cigarros, charutos e charutinhos, confeccionados a capricho e esmero. – Aceita-se encomendas de qualquer quantidade e qualidade – conforme O Labor, de 25-11-1922.
        Mais tarde, retornou a Lajeado, segundo o livro de registro Status Animarum da Paróquia de Santo Inácio, de 1931, nº 145.
        Com o nome completo de Leonardo Reinaldo Senden, nasceu em Lajeado em 1900, filho de Karl von Senden e Ana Maria Werner. Essa Ana Maria Senden nasceu em 18-9-1876 e faleceu em 14-5-1956, sepultada no Cemitério Católico da Hidráulica. Leonardo casou-se em 29-11-1924, em Lajeado, com Nayr Job (nascida em 1905, em Taquari, filha de João Job e Clara da Cunha), tendo os filhos João Carlos (* 1927) e Maria (* 1928). São dados que servem a genealogistas.




Tiro de Guerra de Bom Retiro do Sul

         A proximidade e boa vizinhança com a cidade de Taquari fizeram com que Bom Retiro do Sul tivesse algumas vantagens e condições de progredir. Suas principais fazendas, de pequenas extensões, produziam agricultura e pecuária. As sobras eram comercializadas através do Porto da Úrsula, seu primeiro nome. A atual área do centro urbano pertencia a Adolfo Martins Ribeiro, que vendeu alguns lotes a Jacó Arnt, fundando o povoado de Bom Retiro, em 15-3-1887. Em 5-12-1895, pelo Ato nº 11, o povoado foi elevado à categoria de sede do 2º distrito de Taquari. O 1º subintendente foi Luís Manuel Lautert. O primeiro prédio foi destinado a um armazém, trapiche e maxambomba.
      Para que o Serviço Militar obrigatório feito em quartéis do Exército não provocasse o êxodo rural, foram criados as Escolas de Instrução Militar. Em 1912, foi fundada a mantenedora do Tiro de Guerra nº 208. Os formandos obtinham o Certificado Militar de 2ª Categoria.
       Uma foto aqui anexa recorda a turma de 1921, com 26 recrutas, junto a autoridades, membros da diretoria da mantenedora e o sargento do Exército instrutor da Escola de Instrução Militar.

Festa de São Pedro em Encantado em 1917

         O município de Encantado se prepara para comemorar o centenário de sua emancipação de Lajeado, instalado em 1º de maio de 1915. Para contribuir com sua memória, vamos resgatar os festejos populares que lá realizavam na Festa de São Pedro, como os três dias de festa na sexta-feira, sábado e domingo, de 29, 30 de junho e 1º de julho de 1917, noticiado pelo semanário O Labor, de 7-7-1917:
         Revestiram-se de maior brilhantismo os festejos realizados no vizinho município, nos dias 29, 30 de junho e 1º deste mês, em louvor a São Pedro, seu padroeiro.
A vila que se achava repleta, apresentava um aspecto deslumbrante. Desde a casa de Secchi até à casa de Villeroy estendia-se uma belíssima avenida de arcos de folhagem, ladeados de avenques de bandeiras multicores. Defronte à igreja, erguia-se vistoso correto, artisticamente enfeitado.
A missa solene foi cantada perante extraordinária concorrência, inclusive de pessoas de vários municípios limítrofes. Fez o panegírico o vigário D. Giorgio Cavigiolo, com a sua proverbial eloquência e elegância de frase. Cantaram a Ave Maria ao Pregador as senhoritas Consuela Villeroy, Theodora Mac Ginitis e Alzira Pretto, acompanhadas ao harmonium pelo capitão Raul de Villeroy.
No dia 30, realizaram-se festejos em louvor ao Sagrado Coração de Jesus, oficiando o padre D. Balduíno Spengler, Vigário de Roca Salles e fazendo a prédica D. Giorgio Cavigiolo.
Nesse dia, à tarde, numerosas pessoas gratas, entre elas o coronel Virgílio (Antônio da) Silva, Intendente municipal, advogado João Buchmann, Baptista Grando, Virgiliano Rocha, João Ferri e muitos outros, cujos nomes seria longo numerar, acompanhados de banda de música local e da do Arroio da Seca, foram cumprimentar o Padre D. Giorgio, que ofereceu-lhes lauta mesa e finos líquidos. Orou em primeiro lugar o nosso distinto representante colaborador João Luiz Buchmann, advogado deste foro, que em elegantes e inspiradas palavras saudou o vigário D. Giorgio, fazendo a apologia das altas virtudes, do saber e da inteligência de tão digno sacerdote. Visivelmente comovido, mas em belas palavras, D. Giorgio respondeu a manifestação que lhe era feita, principalmente o digno festeiro Virgílio Rocha, o padre D. Balduíno Spengler e os visitantes em geral. Falou, em seguida, o capitão Villeroy, saudando a comissão dos festeiros, representada na pessoa de seu digno presidente Coronel Virgílio Silva.
Em todos os dias de festa houve animados leilões de ofertas e suntuosos bailes, enormemente concorridos. 
 Foto: O LABOR 7-7-1917, noticia a festa de São Pedro, em Encantado, nos dias 29, 30 e 1-7-1917

 
 
Maxambombas


Maxambomba era um mecanismo característico nos portos do Rio Taquari, como registram os bons dicionários.
Na parte interna do armazém ou trapiche havia um grande pião de madeira, com um cambão para movimentá-lo, por tração animal, cavalar ou muar, o qual volteava em cancha circular, fazendo o pião rodar. No pião, estava enrolado um cabo de aço, em cujas extremidades estavam presos os troles. Estes rodavam por sobre dois pares de trilhos de aço, semelhantes a uma estrada de ferro. Os trilhos estavam assentados sobre caibros ou dormentes, fixados em cima de grossos troncos de madeira, fincados no chão, ou então por sobre muros de pedras, de tijolos ou mesmo de concreto. Os caibros estavam colocados transversalmente sob os trilhos, desde o trapiche, até dentro da água do rio, em seu nível mais baixo. Ao ser movimentado o grande pião, os dois troles rodavam por sobre os trilhos, de maneira que, enquanto um subia, desde o barco até o armazém, o outro descia, do armazém ao barco, para a carga e a descarga, num contínuo vaivém. Normalmente, entre os trilhos havia uma escadaria para os passageiros e tripulantes. A primeira maxambomba é de 1852, em Taquari. Nos principais portos do Rio Taquari, havia em torno de 30 maxambombas. A foto registra uma foto de 1921, uma maxambomba no porto de Bom Retiro do Sul.


Dr. Felipe Augusto Hexsel


Dr. Hexsel foi médico clínico geral, cirurgião e escritor.
Nasceu em 12-2-1928, filho de Hugo Hexsel e Irma Scherer Hexsel, casado com Yeda Santos Hexsel, tendo os filhos Sérgio, Cláudio, Marisa e Ricardo.
Formou-se pela Ufrgs em 1953.
Iniciou a profissão em Não-Me-Toque, em 2-1-1954. Em junho, mudou-se para Lajeado, onde tinha parentes e muitos amigos. Foi eleito e reeleito presidente da Sociedade de Medicina do Alto Taquari, em 1957-1958, desligou-se em 12-7-1963. Como 2° diretor clínico do Hospital Bruno Born, assumiu em 5-10-1960. Presidiu o Rotary Clube em 1959.
Em 1963, mudou-se para Iraí, seguindo para São Leopoldo, terra de sua esposa, de onde se transferiu para os USA, em Pittsfield, em 1974 e, finalmente, em Houston, onde se aposentou em 1994.
Como hobby praticava radioamadorisno, sempre bem conectado, lembra Sérgio Mello Jaeger.
 Em 1997, publicou o livro Caminhos de um médico de aldeia – De Não-Me-Toque, RS à Houston, nos USA, suas memórias escritas de forma simples. Com 174 páginas, foi publicada pela Editora Sulina, de Porto Alegre. A capa foi produzida por Rogério Costa Arantes. A revisão foi feita por Delza Rocha Freitas. Luís Gomes foi o editor. Mais dados dele não há.



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