Autor: José Alfredo Schierholt


Autor: José Alfredo Schierholt
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Montagem: Orestes Josué Mallmann

sábado, 1 de outubro de 2011


Turismo histórico

A maior parte dos eventos e promoções turísticas está voltada para o turismo gastronômico. Para isso, são executados projetos que investem em hotéis, motéis, restaurantes e afins.
Obviamente, atrações gastronômicas devem existir nos roteiros turísticos, como um dos elementos essenciais. Sua importância é indiscutível.
Já existem nos roteiros turísticos algumas atrações voltadas a manifestações culturais de uma cidade e regiões visitadas, especialmente artesanato, folclore, canto, música...
Entretanto, faltam incluir e explorar os motivos e atrações de cunho histórico em nossos roteiros turísticos. Devem ser mais bem pesquisados, estudados e divulgados os pontos de origem, isto é, onde a cidade nasceu, seus rastros primitivos, seu casario e traços característicos próprios. Talvez a modernidade e a voracidade de grupos imobiliários já tenham destruído parte ou totalidade desta identidade urbana. Mesmo assim, recursos técnicos da Informática permitem resgatar suas imagens ou facetas, sempre expostas ao público, com amplas informações. Museus públicos e privados, bem como monumentos e arquivos históricos devem estar acessíveis aos turistas, com detalhadas informações. Tais medidas não devem ser tomadas amanhã, mas hoje mesmo!

Núcleo Urbano de Lajeado

Postado no Bairro Hidráulica, o fotógrafo aproveitou a enchente de agosto de 1912 para nos transmitir uma imagem do núcleo urbano de Lajeado. Que nitidez!
Vamos identificar alguns prédios em destaque; Da esquerda para direita:
1°: A casa da viúva. Elisabeta Altenhofen Matte, que serviu de primeira Intendência Municipal, de 25-2-1891, por quase um decênio. Depois de pertencer à família Lampert e Fett, foi adquirido o prédio pelos Irmãos Maristas, demolindo-o para construir o atual prédio do Colégio Estadual Castelo Branco.
2°: Colégio São José, inaugurado em 1-3-1908. Tinha dois pavimentos. Foi demolido para dar espaço ao atual prédio do mesmo Castelo Branco.
 3°: Segunda Igreja Matriz, inaugurada em 1901 e incendiada em 1953. Ao seu lado está à Casa Paroquial.
4º: Hotel Comercial. O prédio foi demolido para dar lugar a um posto de gasolina, lamentavelmente. Defronte, ainda está o prédio que abrigou a fábrica de balas de João Frederico Schaan.
5º: na mesma Rua Borges de Medeiros, à esquerda, está o histórico sobrado de Antônio Fialho de Vargas, demolido em 8-9-1922. Vis-àvis, está a antiga Intendência, depois Prefeitura, inaugurada em 20-8-1900, atual Casa de Cultura.
6°: Na esquina defronte, está o prédio do antigo Banco da Província, demolido para dar lugar ao Edifício Seli. Ao lado, está o prédio de dois pisos, da antiga Rodoviária Municipal, felizmente de pé.
7°: No final da mesma quadra, está o prédio antigo do Colégio Madre Bárbara, construído em 1911.
8°: Ainda na Bento Gonçalves, uma quadra adiante da acima mencionada fábrica de balas, estava a sede do primeiro jornal de Lajeado. O Alto Taquary. O prédio ainda está de pé, mas a reforma da casa o descaracterizou.

 
Pequenas biografias

• Aníbal Geraldo Pereira
Foi líder e chefe maragato na Revolução Federalista, de 1893-1895, com a patente de tenente coronel.
Nasceu em 1-11-1864, em Bom Retiro do Sul, filho do capitão Antônio Geraldo Pereira e Francisca Leonardo Pereira. Sempre participou da oposição e da Aliança Libertadora na região. Residia na Fazenda da Demanda, em Cruzeiro do Sul, então Lajeado.
Casou-se em 30-1-1896 com Clarinda Viana Jacques. Em 18-2-1928, foi eleito chefe da Aliança Libertadora do Alto Taquari, fundada em Estrela, na residência de Carlos Leopoldo Schüller. Foi subintendente de Cruzeiro do Sul, nomeado em 18-9-1928, exonerando-se em 2-1-1929. Nas revoluções de 1930 e 1932, lutou em favor de Getúlio Vargas. Transferiu-se para Pareci, vindo a falecer em 4-1-1944.

Resgatando primitivos nomes de lugares

Anguá - Afluente do Rio Fão, no Alto Tamanduá. Antes da Portaria n.242, de 23-11-1939, a denominação era Arroio Monjolo.
Araçá - Antiga estrada, linha colonial em Lajeado tributário do Arroio Castelhano. 2- Linha colonial de Boqueirão do Leão, com a padroeira Nossa Senhora do Carmo. Tinha 1.654 moradores, ao se separar do então distrito de Canudos. - 3. Morro, linha colonial e arroio tributário do Rio Fão, com suas vertentes em Progresso.
Araguari - Denominação dada pela Portaria n. 242, de 23-11-1939 ao núcleo colonial e Arroio Nova Alemanha ou Neu Deutschland tributário do Forquetinha. Nasce em Sério. A localidade integra o município de Canudos do Vale. Antônio Bergamini foi um dos pioneiros italianos a se estabelecer, registrando suas terras em 23-1-1896.
Quatro Léguas - Linha colonial em Boqueirão do Leão, onde se localizava o Marco das, Quatro Léguas, ponto de referência nas linhas demarcatórias entre Soledade, Santa Cruz do Sul e Lajeado. Foi reduto célebre, como quartel-general de Zeca Ferreira, fazendeiro, agropecuarista e chefete maragato na Revolução Federalista (1893-1895). Seu primeiro comissário secional foi Augusto Carlos Kniphoff, em 1908. A padroeira da capela é Nossa Senhora de Montserrat, cuja primeira festa religiosa foi em 20-3-1955.

José Alfredo Schierholt                                                                                     Orestes Josué Mallmann
schierholt@gmail.com                                                                orestesmallmann_gremio@hotmail.com


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