Autor: José Alfredo Schierholt


Autor: José Alfredo Schierholt
> Biografia
> Livros Publicados
Montagem: Orestes Josué Mallmann

quarta-feira, 5 de outubro de 2011



Um dever das Prefeituras

Já ultrapassam os 150 anos do início da colonização no Vale do Taquari. Desde então milhares de pessoas faleceram. Onde estão suas sepulturas? Quem cuida de sua conservação? Sabe-se que os cuidados podem atingir, no máximo, três gerações. Os netos não pagam mais as mensalidades ou anuidades. Por isso, "há tantas sepulturas abandonadas”. Se as ossadas forem jogadas em vala comum, as lápides ou inscrições dos nomes deveriam estar resguardadas num local para fins de memória.
Algumas sepulturas, entretanto, têm interesse histórico numa comunidade, quando se trata de personagens que se destacaram ou prestaram serviços. Vou dar um simples exemplo: quem tem o dever de restaurar e cuidar do túmulo de Júlio May? Ele foi importante para os municípios de Teutônia, Estrela e, principalmente Lajeado, em cujo Cemitério Evangélico antigo repousam seus restos mortais. Por não haver mais descendentes aqui, cabe à municipalidade a sua conservação.
Cada comunidade deve analisar cada caso. A decisão não cabe aos coveiros e zeladores de cemitérios. Cabe ao Município, em parceria com a diretoria da respectiva comunidade a quem o cemitério pertence.
Esse é um dever líquido, certo e indiscutível.

Osvaldo Cordeiro de Farias em Lajeado

Isso foi há 67 anos, nos dias 15, 16 e 17 de julho de 1939, quando Lajeado foi elevado à categoria de cidade, razão pela qual 1939 consta no Escudo e Bandeira do Município.
Segundo o jornal local A SEMANA, de 17-7-1939, na tarde do dia 15, num sábado, Osvaldo Cordeiro de Farias, que governava o RS como interventor federal, iniciou sua visita ao Vale do Taquari. A Companhia Arnt tinha posto à disposição da comitiva o vapor "Estrella", chegando ao Porto de Mariante, onde foi homenageado pelo povo e autoridades de Venâncio Aires.
Seguiram de automóvel até Lajeado. Às 10h do dia seguinte, foi aberta a 3ª Exposição Estadual do Milho, promovido pelo governo estadual.
Ao meio dia, foi inaugurada a grande ponte de ferro sobre o Rio Forqueta, uma obra esperada há quase meio século.
À tarde, também foi lançada a pedra fundamental do então Grupo Escolar Fernandes Vieira.
No dia 17, houve visita a vários estabelecimentos de ensino, almoço no Frigorífico Sul Brasileiro; à tarde, visitas a estabelecimentos industriais e à noite, chá dançante em homenagem à Avani Cordeiro de Farias, esposa do interventor.
Na manhã seguinte, a caravana seguiu para Arroio do Meio e Encantado e no dia 20, em Muçum e Estrela.
O interventor hospedou-se naqueles dias na Vila Olga, palácio residencial de Bruno Bom, então empresário, depois duas vezes prefeito municipal e deputado federal. O prédio da Vila Olga (foto), defronte ao IMEC Centro, foi demolido em 1999, o que a imprensa não divulgou para não perder publicidade...

Foto: Osvaldo Cordeiro de Farias sai da Vila Olga em Lajeado.

Pequenas biografias

·        Irmã Clélia Pochmann
A Irmã Maria Clélia Pochmann nasceu na antiga Picada Eckert, hoje São Rafael, em 25-3-1916, com o nome civil de Vilma Maria, uma das sete filhas do professor Adolfo Júlio Pochmann e de Catarina Scheid. Para entrar na Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, iniciou o Noviciado, vestindo o hábito religioso em 26-4-1939.
Emitiu os primeiros votos exatamente dois anos depois e os votos perpétuos, em 26-4-1947. Celebrou seu Jubileu de Prata em 26-4-1966.
Depois de perfazer vários cursos de magistério, foi professora primária em Rio Pardo. Depois de alguns anos, lecionou no ensino médio do Colégio Nossa Senhora da Glória, em Porto Alegre, para onde retomou, depois de atuar no Colégio Coração de Maria em Rio Claro, SP e no Ginásio São Pedro, em Gramado. Em 1970, foi também coordenadora do Grêmio Estudantil Glória e atuou na contabilidade da Associação de Professores. Depois de 35 anos de magistério, em 1973 assumiu a coordenação da Catequese na Área Sul Praia 3. Atendia 12 paróquias e dezenas de escolas. Faleceu em Gramado, em 26-1-1997.
Ir. Clélia tinha a mana Olívia Ana, mais velha, também religiosa da mesma Congregação, nascida em 15-1-1911. Vestiu o hábito religioso em 15-5-1928, com o nome religioso de Irmã Neli. Por mais 30 anos trabalhou na Secretaria do Sanatório Belém, em Porto Alegre, e faleceu em 11-9-1993.

Resgatando primitivos nomes

Adão Querosene - Personagem popular e folclórico de Lajeado: Vivia nas proximidades da antiga Rodoviária Municipal, onde prestava auxílio a transeuntes e alegrava viajantes pela sua vivacidade. Quem souber mais dados, remeta-os pelo e-mail acima indicado.
Afonso Gomes - É a seção colonial de Xaxim. Seu primeiro comissário foi Isidoro José da Cruz, nomeado em 1-10-1920. Na escola da comunidade, em 1925, lecionava o professor Antônio Mattge.
Alcântara - Antigo nome de um arroio tributário do Rio Taquari.
Engenho Martins - Linha colonial no antigo território de Lajeado, no seu· primeiro distrito, talvez hoje Cruzeiro do Sul. Lá foi criada uma Aula Federal em 30-6-1919, lecionando Ana Eulina da Silveira, com 34 alunos.
Sambambaia - Linha colonial em Arroio Abelha, hoje Forquetinha, onde em 8-7-1919 foi aberta uma Aula Federal, sendo professora Honorina Kauer, com16 alunos. A denominação é uma grafia variante de Samambaia, primeiro nome do atual Bairro Olarias, em Lajeado, o que ninguém lembra mais!

José Alfredo Schierholt                                                                                     Orestes Josué Mallmann
schierholt@gmail.com                                                                orestesmallmann_gremio@hotmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário