Autor: José Alfredo Schierholt


Autor: José Alfredo Schierholt
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Montagem: Orestes Josué Mallmann

terça-feira, 4 de outubro de 2011


Um túmulo em Travesseiro

Para recordar às atuais gerações, a chacina em Travesseiro, durante a Revolução Federalista, ocorreu em 28-1- 1895.
Este capítulo sangrento está descrito em meu livro, "A Revolução Federalista no Vale do Taquari”, páginas 245-246.
Apenas para lembrar, naqueles 30 meses de sangrenta revolta, em que mais de 10.000 pessoas foram mortas, das quais em torno de 50% por degola, muitos crimes foram praticados em nome da Revolução, apenas aproveitando o clima revolucionário para praticar vinganças, roubos e desordens.
Povoados e linhas coloniais também eram invadidas e, por isso, foram organizadas linhas de defesa e sentinelas. O grupo de nove pessoas cuidava do povoado de Travesseiro passou semanas cuidando, sem que nada acontecesse, nem notícias e boatos de inimigos surgissem. Entretanto, nove pessoas foram surpreendidas e apenas um conseguiu fugir.
 Há um túmulo destes heróis que precisa ser restaurado. O prefeito Genésio Hofstetter já tem um projeto de restauração. Tem todo o nosso apoio. É um referencial histórico e turístico. A comunidade deverá aplaudir o investimento. Os heróis merecem a homenagem.

Centenário de Santa Clara do Sul

Nos dias 25,26 e 27 de julho de 1969, Santa Clara do Sul festejou o centenário da sua colonização. Foram três dias de intensa programação, incluindo teatro, resgatando o Combate maragato de 28 de maio de 1895.
Em preparação a este centenário e para fins de memória, o padre Alberto Träsel, de saudosa memória, fez uma ampla e minuciosa pesquisa, publicando em português e alemão o Álbum Jubilar de Santa Clara do Sul - 100 anos de colonização (1869-1969) e 40 anos de paróquia (1929-1969). Em formato de tablóide e papel jornal, a obra tem 88 páginas, fartamente ilustradas com fotos. O Álbum completou 42 anos. Algumas pessoas ainda o guardam, com cuidado e carinho.
A parte em língua portuguesa merece ser republicada, complementada e atualizada. Quem está esquentando este projeto é a administração municipal de Paulo Kohlrausch. Já entrou em contato com esta página Abrindo o Baú, para a sua concretização. Mas, até outubro de 2011, não deu notícias do projeto.

Pequenas biografias

·         José Altenhofe
Foi chefe maragato no Vale do Taquari na Revolução Federalista, de 1893-1895. Nasceu em 1851, filho de João Altenhofen e Cristina Matte. Em primeiras núpcias, estava casado com Guilhermina Amália Windrath e, em segundas núpcias, com Carlota Guilhermina Custódio Ribeiro, filha de Custódio Silvestre Ribeiro e Balbina Maria de Oliveira. Talvez, entre outros, teve os filhos: José Henrique (batizado em São Caetano, em 29-5-1874); Vendelino (* 25-5- 1875); João (* 18-3-1879).
Estava estabelecido na Linha Beija-Flor com um alambique e barca, na margem esquerda do Rio Taquari, defronte à cidade de Arroio do Meio. Além de gago, esqueceu cedo o que aprendera na escola. Voltou a ser analfabeto, sentindo-se inferiorizado. Também se sentiu injustiçado na herança herdada por sua segunda mulher, razão pela qual aproveitou a Revolução para derrubar seu cunhado Joaquim Alves Xavier do governo de Estrela.
Ao estourar a Revolução Federalista, iniciou as hostilidades no Vale do Taquari. Invadiu a vila de Estrela, à frente de uns 30 cavalarianos, armados de espingardas e facões, em 27-5-1893. Xavier fugiu!
Consta que Altenhofen se refugiava nas matas do Roncador. Tinha seu "Bunker" ao lado de um perau, em terras hoje pertencentes à Harri Lückemeier, conforme Herbert Bergesch, em "A Virada do Milênio -História e Memória", página 24.
Na região, foi o primeiro maragato a depor as armas, em 27-8-1895, quatro dias após a assinatura da paz. A edição de 26-12-1903 de O Taquaryense noticiou ter ele cometido um crime de ferimentos graves em um seu vizinho e, por isso, uma escolta de soldados da Guarda Municipal, encarregada de prendê-lo, acabou por executá-lo, em 21-12-1903.

Resgatando primitivos nomes 

Quinta-coluna - Apelido dado aos propagandistas e espiões nazistas infiltrados na região e no Brasil inteiro, durante a II Guerra Mundial, a partir de 1942. Originariamente, o termo foi empregado pelo ditador. Francisco Franco (1892-1975) para identificar os grupos infiltrados em Madri, apoiando as quatro colunas do exército franquista, que tomaram a capital espanhola, em 1936, na Guerra Civil Espanhola. Depois disso, o termo foi usado para designar o indivíduo, nacional ou estrangeiro, que age sub-repticiamente num país em guerra, espionando ou fazendo propaganda subversiva ou mesmo auxiliando forças inimigas. Em 11-3-1942, um decreto de Getúlio Vargas congelou bens e direitos dos imigrantes oriundos de países do Eixo (Itália, Alemanha e Japão), gerando um clima de caça voraz às bruxas. Por excesso na execução do decreto, também policiais de Estrela e Lajeado cometeram as maiores injustiças, prendendo cidadãos e lhes confiscando bens, sem terem provas de que estivessem envolvidos em atividades nazistas, só porque eram imigrantes ou eram seus descendentes.
Água Azul - Afluente do Rio Carreiro. Rega o primitivo território de Lajeado, depois município de Guaporé.
Água Sumida - Arroio tributário do Rio Carreiro. Rega o primitivo território de Lajeado.

José Alfredo Schierholt                                                                                     Orestes Josué Mallmann
schierholt@gmail.com                                                                orestesmallmann_gremio@hotmail.com


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