Autor: José Alfredo Schierholt


Autor: José Alfredo Schierholt
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Montagem: Orestes Josué Mallmann

quinta-feira, 6 de setembro de 2012



Há 100 anos no Vale

Extraímos do semanário O ALTO TAQUARY, de 1908, as principais notícias que ocorreram na região há exatamente um século:


 
* A foto tirada por mim em 23-11-1974 mostra a sede deste primeiro jornal de Lajeado, fundado em 1-1-1901, imóvel ainda não demolido - um milagre!!! - na Rua Bento Gonçalves, nº 522.
* A edição de 12-1-1908 noticiou dados estatísticos da Agência do Correio de Lajeado, em 1907: recebeu 647 cartas simples e 163 registradas. Expediu 666 cartas simples e 100 com valor. A Coletoria Federal arrecadou o total 32:520$575 em impostos, dos quais a bebidas rendeu 15:117$000, seguindo-se tabaco 7:302$500.
* Dr. Gabriel Schlatter, em Estrela, obtém um referencial no Estado com sua Escola de Parteiras, em prédio que hoje abriga a Casa de Cultura Dr. Lauro Reinaldo Müller .
* Assumiram o compromisso de ensinar em português os seguintes professores particulares: João Antônio Rauber, João Specht, Heinrich Schmidt, Adolfo Júlio Pochmann, João Henrique Alfredo Walker, Martin Sehnem, Guilherme Wagner, Jacó Scheid, Gustavo Braatz, Jacó Brixner, Jacó Olbermann, Adolfo Mittelstädt e Francisco Leopoldo Marder. Para isso, receberam uma ajuda de custos.
* Os anúncios também nos fornecem dados importantes. Em Lajeado, Jacó Noschang mantinha Sapataria e Loja de Calçados. Matte & Schröder tinha uma casa comercial em São Gabriel, hoje Cruzeiro do Sul, com Fazendas, Louças, Ferragens, Miudezas, Secos e Molhados. - Ernesto Barros era advogado. - Osvaldo e Armindo Eggers tinham gabinete odontológico em Lajeado e Estrela. - Filipe Scherer Sobrinho anuncia seu Grampunho Kerb em São Caetano, em 19 e 20-1-1908. Nas edições seguintes a grafia é Krampunho. - Teodoro Bentz tinha padaria e confeitaria em Estrela.


Pequenas biografias 

Antônio Angúlo Diáz
Médico-cirurgião, pediatra, ginecologista, obstetra e clínico-sifiligáfico em Lajeado.

Nasceu em 10 de janeiro de 1889, em Málaga, na Espanha. Acompanhou seus pais Cristóbal Angúlo e Lázara Diáz na imigração ao Brasil, em Porto Alegre. O pequeno grupo de imigrantes espanhóis era visto como pessoas que batalhavam muito pela vida. Antônio estudava e trabalhava. Terminado o secundário, o pai o mandou procurar um emprego e para isso seu tio se ofereceu para conseguir uma boa ocupação. Entretanto, este tio armou uma armadilha, dizendo estar ele trabalhando num escritório, mas, na verdade, atendeu o sonho secreto do sobrinho de cursar a Medicina. Assim, passaram-se alguns anos de estudos. Diplomou-se em 1915, na Universidade do Rio Grande do Sul, onde foi professor adjunto de História Natural Médica. Essa história foi contada por Francisco Merino, mais conhecido por Paquito, companheiros imigrantes.

 Nesse meio tempo, Merino e João Raya Filho tinham se estabelecido em Lajeado e se empenharam para que o novo médico também aqui viesse. Dr. Angúlo trabalhou em Lajeado de 1916 a 1924. Em Lajeado, foi eleito presidente do Clube Esportivo Lajeadense. Contribuiu na elevação cultural e social de Lajeado. Em 1917, adquiriu um automóvel, usando-o para um desfile de carnaval de rua, o primeiro de Lajeado. Estava casado com Elvira Dirce Vendramini, tendo os filhos Ibéria, Dr. Cervantes, Dr. Galdoz, Hispéria e Carmen. 

Em 1924, fez um curso de especialização em Berlim. De volta ao Brasil, mudou-se para São Paulo. Faleceu em 4-2-1941, em Catanduvas, SP., vítima de acidente numa piscina.  

A foto mostra Dr. Angúlo em Berlim, em trages de médico, diante do monumento de Franz König, no Hospital Universitário Charité, em Berlim, onde foi famoso cirurgião e professor (1832-1910).



 
Alba Maria Souza Heineck 
                                                                                               
Mestre em educação e escritora.
Nasceu em Cruzeiro do Sul, em 17-6-1940, filha de Odilon Souza e Lúcia Vieira Souza. Em 1959, foi eleita Miss    Lajeado 1959. Está casada com o economista Gilberto Antônio Heineck, tendo a filha Janice. Estudou o 1º e 2º Grau na Escola Madre Bárbara, onde se formou professora e iniciou o magistério. Em Porto Alegre cursou a Pedagogia, Supervisão Escolar, com Especialização em Tecnologia Educacional. Concluiu o Mestrado em Educação.
Atua como professora de Didática, Prática de Ensino e Assessora Pedagógica junto ao Centro de Pedagogia da Ulbra-Gravataí.
 Em 1978, participou da Revista Educação da PUC-RS, com o artigo Laboratório de Ensino Superior. Em abril de 1982, lançou o livro Metodologia de Ensino e Recursos Instrucionais. É autora também de Caravelas do Descobrimento e Mulher Brasileira.
Em 1995, publicou Cascalhos, uma coletânea de 53 poesias, em 80 páginas, impressa pela Evangraf. A capa é de seu esposo e a foto, de Alfonso Abraham. A obra reflete a vida que usufruiu nas margens do Rio Taquari em sua infância e adolescência. Sobre o leito de lajes e cascalhos roliços as águas do rio abriram sulcos em seus veios poéticos.
Em 2001, publicou A Voz dos Quatro Elementos – A História de uma Xamã, uma seleção de contos e crônicas. Em 2011, publicou a obra Um Difícil Despertar, nova seleção de contos e crônicas. Em 2007, participou da 12ª Antologia Nossa Gente da União Brasileira de Escritores do Rio Grande do Sul, abrindo-a com as poesias De Resgate nas Memórias do Tempo, De rios e de peixes e De natureza e progresso. Mora em Porto Alegre.
 

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