Autor: José Alfredo Schierholt


Autor: José Alfredo Schierholt
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Montagem: Orestes Josué Mallmann

sexta-feira, 18 de novembro de 2011


Por que o silêncio dos bons?

"O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética. 
O que mais preocupa é o silêncio dos bons".
Esta manifestação de Martin Luther King vem muito a propósito nos dias que estamos vivendo, intensamente.
Vamos comparar esta frase com a de um Ministro da Cultura, Gilberto Gil, comentando a corrupção existente no Governo, 
em plena campanha política, o que os marionetes engoliram:
“A corrupção não impede a cidadania; a corrupção não é um problema para o cidadão; a corrupção faz parte da dimensão humana”.
Há outra frase histórica, à beça repetida, de Rui Barbosa: tenho vergonha de ser honesto por ver tantos desonestos... 
Rui Barbosa perdeu as eleições para Hermes da Fonseca! Os desonestos venceram.
Por quê as pessoas desonestas procuram ter aparência de honestas? Assinam cheques sem fundo, ficam devendo nas lojas, não pagam suas contas, exploram empregadas dométicas, vivem exigindo comissão de tudo, falando da vida alheia, traindo seu consorte e filhos, prostituindo menores e maiores, furando filas, desrespeitando leis de trânsito, sujando ruas, sonegando impostos, mentindo sempre e por aí vai. Tudo com a maior cara de pau.
Por causa do silêncio e da omissão dos bons e honestos os trambiqueiros, safados, mensaleiros, sanguessugas vivem 
conquistando vantagens, posições sociais, cargos políticos.
Até quando?


S. Antônio e Júlio de Castilhos


Quando Antônio Fialho de Vargas, fundador da Colônia dos Conventos e da Cidade de Lajeado, traçou o primeiro Plano Diretor do núcleo urbano, lá por 1870, destinou área para a praça, igreja, escola, casa paroquial e principais ruas. Deu o nome de Rua Santo Antônio para a estrada que ligava o seu complexo comercial e industrial, isto é, seu engenho de serrar até o novo porto de Lajeado. Afinal, S. Antônio era seu santo padroeiro.
Três décadas depois, trocando quase todos os nomes de santos das ruas para homenagear políticos do Partido Republicano, mesmo que estivessem vivos e em pleno poder, o intendente Júlio May deu o nome de Rua Dr. Júlio de Castilhos à principal artéria da então Vila de Lajeado. Mas, Júlio May esqueceu de assinar o decreto, em 1898. Por isso, a alteração dos nomes só foi oficializada em 5-7-1902, pelo seu sucessor Francisco Oscar Karnal.
A Rua Júlio de Castilhos iniciava, na época, na Rua São Joaquim, nome alterado para a atual Rua Marechal Deodoro.
A foto aqui ao lado está defeituosa, mas de grande valor histórico. Foi me enviada pelo Blog da Laura. Retrata a Rua Júlio de Castilhos antes de 1922. À esquerda, está o muro que protegia o velho sobrado de Fialho de Vargas. Segue-se o prédio do Banco da Província, hoje prédio Seli. À direita, está o muro do terreno baldio da atual Prefeitura e a Casa Kirchheim.
Sem calçamento, as três quadras da Rua Júlio de Castilhos estavam barrentas. Há poucos rastos de pneus de automóvel. Calçadas de passeio já existiam, bem como postes telefônicos e de suporte para iluminação pública com lampiões. As lâmpadas elétricas vieram no ano seguinte, em 1920, na administração de João Batista de Melo.
Quem hoje tiver mais de 80 anos tem condições de reconhecer a foto e se lembrar do casario já existente na década de 1920.

Pequenas biografias

Heinrich Eduard Falk
Pastor evangélico em Conventos, de 8-12-1889 a setembro de 1899, vindo de Vera Cruz.
Nasceu Pastor Falk em 2-7-1842, em Reval, hoje Tallin, capital da Estônia.
Conforme Olavo Black, em seu livro Colinas da Esperança – Conventos – 150 anos de história, formou-se pastor no Missionshaus de Barmen, na Alemanha, ordenado em 16-8-1868. Encaminhado para o Brasil, com 26 anos de idade desembarcou em São Leopoldo em 21-12-1868, atuando na região de Santa Cruz do Sul.
Já na Alemanha tinha conhecido sua futura esposa, Johanna Friederike Hahl, nascida em 6-9-1845, em Münchingen, Alemanha, de onde partiu para o Brasil pelo navio Ariadne, desembarcando no Rio de Janeiro em 27-12-1870. O casamento foi em Santa Cruz do Sul, em 31-1-1871, tendo um filho médico e reitor da UFRGS e uma filha. Johanna faleceu em 3-8-1906.
Em Conventos, Pastor Falk liderou a construção da atual igreja evangélica. Olavo Black transcreve cartas escritas pela esposa para sua sobrinha Emma, na Alemanha: em 1-12-1895, informou que a comunidade estava construindo a igreja. No ano seguinte, dá a notícia da compra de sinos na Alemanha, cujos primeiros sons ecoaram em 19-11-1897, quando casou sua filha Helena com o pastor J. Ernst Schlieper, que atendia Taquara e Rolante, desde 1902, como está registrado em meu livro Rolante, Rio que gera História.
Após meio século de pastoreio, Pastor Falk se aposentou em 16-8-1918. Faleceu em 15-7-1923, sepultado em Alto Feliz. Não é lembrado com nome de rua. Projetos esdrúxulos como Rua África, Ásia e Europa têm preferência...


José Alfredo Schierholt                                                                                     Orestes Josué Mallmann
schierholt@gmail.com                                                                orestesmallmann_gremio@hotmail.com
 

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