Porto Fluvial de Lajeado
Além da poderosa Companhia Navegação Arnt, havia a Companhia Navegação Alto Taquari, gerenciada por Joaquim José de Brito, tendo como sócio o maragato João Marques de Freitas. Luís Guedes fundava, na época, a empresa que depois tomou o nome de Navegação Aliança e, em 1894, surgia a Companhia Navegação Arroio do Meio. No porto de Lajeado, estabelecido em definitivo no final da década de 1860, aportavam todas as embarcações. A cada ano se consolidava como um empório de intenso movimento comercial, especialmente após a sua emancipação política.
No porto de Lajeado havia 5 agências de transporte fluvial e um estaleiro.
As agências das principais empresas de transporte construíram no porto grandes armazéns, trapiches e maxambombas. Como a barranca do rio atingia, por vezes, de 12 a 15 metros até chegar ao convés da embarcação, foi criado um mecanismo próprio, registrado nos dicionários como maxambomba característica do Vale do Taquari. Dados estatísticos enviados pela Intendência ao governo estadual, em 11-10-1911, revelam que no porto de Lajeado estavam se movimentando 8 vapores, 10 gasolinas, 5 lanchões, 10 lanchas e chatas, 30 botes e batelões, sem contar dezenas de canoas. Nas proximidades da Praça Coronel Moreira César havia o estaleiro de João Alex Bennemann. Em 26-10-1921, Carlos I. Bennemann lançou o barco “O Teimoso”. Mais tarde, a “carpintaria da ribeira'' e a ferraria foram administradas, respectivamente, por Alfredo e Luís Bennemann.
Com a enchente de 1941 e o surgimento de melhores caminhões a navegação no porto de Lajeado terminou.
Foto: Quando a eclusa está aberta em Bom Retiro, as ruínas da maxambomba em Lajeado ficam à mostra. Foto tirada por José Alfredo Schierholt em 1982.
Pequenas Biografias
Moisés Cândido Veloso é nome de rua no Bairro São Cristóvão e nome de Escola Estadual no Bairro da Hidráulica, em Lajeado.
Ele nasceu em 15-1-1873, em Taquari, filho de Luís Cândido Veloso. Em companhia de Deodato Borges de Oliveira. Estava casado com Antônia Luísa Rodrigues.
Em abril de 1903, veio para Lajeado, onde foi encarregado do Serviço de Iluminação. Cabia-lhe acender e apagar 50 lampiões, mantê-los limpos e repor os pavios e querosene. Como era músico, no tempo livre organizou no mesmo ano de 1903 uma orquestra. Anos mais tarde, formou nova Orquestra. Também contribuiu com o teatro.
Em 1910, iniciou uma campanha para que nas escolas se ensinasse e se cantasse hinos e cantos patrióticos.
No jornal O Alto Taquary, iniciou como tipógrafo, passando a ser depois jornalista e, por fim, administrador. Fechando este jornal em 1908, colaborou no jornal seguinte, O Estrella Vésper.
Morava no Bairro Hidráulica, onde em sua casa instalou uma Escola Noturna de Alfabetização, com 20 alunos, como está noticiado em A Semana , de 23-3-1936. Em 1957, destinou uma área de terrenos para que pudesse ser construída uma escola no Morro dos Negros, depois chamado Vila Moisés, atualmente Bairro Hidráulica. A mesma escola levou o nome Escola Vila Moisés.
Sem previdência e sem plano de saúde, viveu seus últimos anos em extrema pobreza. Faleceu em 4-2-1963, sepultado no antigo Cemitério Municipal, em Moinhos, depois terraplenada para servir à nova Vila da Cohab. Seus restos mortais também foram jogados numa vala comum.
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