O Vale há mais de meio século
Folheando-se a coleção encadernada
das edições do jornal VOZ DO ALTO
TAQUARI consegue-se resgatar acontecimentos havidos na região, há mais de
meio século.
* Repercutiu o
falecimento do jovem José Ruy Maldaner, 17 anos, colhido por um caminhão de
carga, quando entregava jornais, em 26-10-1954. Era aluno do Colégio S. José
* E. C. Lajeadense
venceu o Estrela F. C. por 7 x 1, no domingo de 7-11-1954.
* Orfeão Estrelense
ofereceu na SOGES um concerto coral e instrumental, sob a direção de Adolfo G.
Ziebell e Siegmundo Ruecker, com arranjos de Vendelino Deves, em 12-12-1954.
* Prefeito Bruno Bom
está calçando as ruas transversais da Júlio de Castilhos, em Lajeado. Adquiriu
dois motores por 120 mil dólares, para fornecer 575 KVA de energia elétrica à
cidade.
* Aray Mello Christ
(foto), gerente da Rádio Independente, programou para 1956 músicas regionais e
charlas campeiras no programa Manhãs
Gaúchas, além de programa de auditório nas terças, sextas e domingos.
* Em 19-12-1954,
Vitório Bohn apresentou ao público de Cruzeiro do Sul festival de teatro dos
seus alunos de Boa Esperança. Vitório Bohn está aposentado e se dedica ao
serviço voluntário de diácono permanente na Paróquia Santo Inácio, em Lajeado.
* Há pouco, dizia alguém, que o momento vivido
atualmente pela humanidade é de dilúvio, porque existe efetivamente um dilúvio
a inundar um mundo inteiro. Dilúvio de calamidades, de roubos, de
desonestidades, de assaltos, de golpes, de manobras, de agitações, de imoralidades.
É o que reflete a imprensa mundial. São crimes contra as leis civis e as de
Deus - São, parágrafos iniciais do Editorial do jornal Voz do Alto Taquari, de
13-1-1955, assinado por Ney Santos Arruda.
Nada mais atual, mais
de meio século depois!
Lothar
Francisco Hessel
Com o falecimento de
Lothar Francisco Hessel, em 24 de agosto de 2007, o Rio Grande do Sul perdeu um
notável professor, historiador e escritor.
Nasceu
em 31-3-1915, em Estrela, filho de Teobaldo Hessel e Maria Paraná Hessel,
professora, em cuja escola iniciou a alfabetização, em Arroio da Seca, atual
Imigrante. Casado com Noely Ribeiro Hessel, teve os filhos José (falecido),
Maria Tereza, Maria Helena e Rosa Maria.
Estudou
no Seminário Provincial em São Leopoldo (1928-1930) e lecionou no Seminário
Nossa Senhora da Salete, em Marcelino Ramos (1936-1938), professor e regente do
coral paroquial em Arroio do Meio, em 1939, e escrivão distrital em Corvo,
atual Colinas (1940-1943). Por meio ano, foi proprietário da gráfica do jornal A Semana (1943), onde escreveu artigos
sob o pseudônimo Celso Araripe. Vendeu a tipografia para Herrmann Fridolino
Nienaber, em 11-2-1944, e transferiu-se para Porto Alegre, onde continuou os
estudos e trabalhou. Na Livraria do Globo atuou na seção de Dicionários e
Enciclopédias (1944-1947). Serviu Secretaria Estadual de Educação em 1947 e na
então "Universidade de Porto Alegre", hoje Ufrgs, foi secretário da
Faculdade de Filosofia e da Comissão Central de Publicações (1947-1949) e
oficial administrativo na Escola de Engenharia (1949-1952).
Diplomou-se em Letras Neolatinas
pela Faculdade de Filosofia da Ufrgs, em 1951, sendo nomeado professor adjunto,
no ano seguinte. Fez curso de especialização nas Universidades de Santiago do
Chile, em 1953, e de Madrid, em 1958-1959. Foi secretário da revista Organon, na Ufrgs, em 1960-1961. A
partir de 1953 foi professor de Língua e Literatura Espanhola na Faculdade de
Filosofia da Ufrgs, posteriormente
Instituto de Letras; e, interinamente, de Literatura Hispano-Americana.
Instituto de Letras; e, interinamente, de Literatura Hispano-Americana.
Lecionou
Teatro Português e Brasileiro no Curso de Arte Dramática da Ufrgs, do qual foi
diretor, em 1964-1965. Ministrou aulas de Aspectos Educacionais,
em 1972, no Campus Avançado da Ufrgs, em Porto Velho, Rondônia, assumindo sua direção, interinamente. Na Unisinos, lecionou Língua e Literatura Espanhola (1960-1961). No magistério secundário, de 1954 a 1985, foi um dos professores concursados fundadores do atual Colégio Municipal Emílio Meyer, em Porto Alegre, lecionando português e francês, sendo em 1982 agraciado pela Prefeitura com a Medalha do Mérito Educacional. Percorreu diversos países da América do Sul e da Europa. Colaborou em vários jornais e revistas no RS. Pronunciou uma conferência em espanhol na Universidade de Toulouse sobre temas sul-rio-grandenses.
em 1972, no Campus Avançado da Ufrgs, em Porto Velho, Rondônia, assumindo sua direção, interinamente. Na Unisinos, lecionou Língua e Literatura Espanhola (1960-1961). No magistério secundário, de 1954 a 1985, foi um dos professores concursados fundadores do atual Colégio Municipal Emílio Meyer, em Porto Alegre, lecionando português e francês, sendo em 1982 agraciado pela Prefeitura com a Medalha do Mérito Educacional. Percorreu diversos países da América do Sul e da Europa. Colaborou em vários jornais e revistas no RS. Pronunciou uma conferência em espanhol na Universidade de Toulouse sobre temas sul-rio-grandenses.
Com o livro Brava Gente venceu o Prêmio Sagol para romance de 1957, publicado
em 1959 pela Saraiva, São Paulo, e 2ª edição, em 1986, em Porto Alegre. Em
8-12-1966, com mais 13 intelectuais, foi membro fundador do Círculo de
Pesquisas Literárias - Cipel, do qual foi o primeiro presidente.
Colaborou
com centenas de verbetes para o Novo
Dicionário Aurélio (Aurelião), de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (Rio,
Ed. Nova Fronteira, 1975).
Entre
seus numerosos livros destacamos O
teatro jesuítico no Brasil (1972); O
teatro no Brasil da Colônia à Regência (1974); O teatro no Brasil sob Dom Pedro II (1979); O Partenon Literário e Sua Obra (1976); Teatro no Rio Grande do Sul (1998); O Município de Estrela - História e Crônica, em 1983; O Teatro no Brasil sob Dom Pedro II
(1986); CIPEL. 20 Anos de Pesquisas
(1987); Momentos Culturais
Sul-Rio-Grandenses (1990), Europeus
vistos de perto - 1966, em 1994, e O
Município de Imigrante - Registros e Memórias, em 1998.
Há
dezenas de artigos em revistas especializadas, no Brasil e no exterior, bem
como centenas de artigos em jornais, especialmente no Correio do Povo, O
Taquaryense e Nova Geração. Em
2000, publicou Viagens em Tom Menor, 2ª ed.
Reorganizou a 2ª parte do Popularium
Sul-rio-grandense, que estava por ser publicada pela Editora da Ufrgs
(desde 1986). Desde 30-10-1964, foi membro da Academia Rio-Grandense de Letras,
a qual presidiu de 1972 a
1974, como primeiro estrelense. Era membro do Instituto Histórico de São
Leopoldo, desde 1976, do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul,
desde 1984, e do Instituto Histórico e Geográfico do Vale do Taquari, desde
1999. Além disso, era sócio correspondente da Academia de Letras José de
Alencar, de Curitiba (1979), da Academia Piauiense de Letras (1981) e da
Academia Cristã de Letras, de São Paulo (1983). Foi notável o seu apoio, mesmo
distante em Porto Alegre, na fundação da Academia Literária do Vale do Taquari,
em 4-10-2005, da qual ele foi escolhido como Patrono da Cadeira nº 5, do
acadêmico titular José Alfredo Schierholt, instalado em 12-12-2011.
Faleceu
em 24-8-2007, em Porto Alegre.
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