Abrindo o Baú

Há 100 anos do início das Aulas no Colégio São José

  

O ALTO TAQUARY, fundado em 1-1-1901, em 1908, tinha como proprietário João Baptista de Mello e redator, Ernesto Barros. Estamos extraindo as principais notícias que ocorreram na região há exatamente um século:

* A edição de 16-2-1908 traz na p. 3 o anúncio (aqui reproduzida) em alemão da inauguração do Colégio São José dos Irmãos Maristas para o dia 24 de fevereiro. A construção iniciou em outubro pela Comissão: padre Pedro Gasper, SJ, Pedro Kreutz, Pedro Ruschel, Ludwig Ewald e Carlos Spohr Filho. O Centenário está próximo.

Em tempo, anotação para este Blog em 22-9-2012.

Anúncio em alemão da bênção e inauguração da Escola São José, veja as matérias: Religião, Alemão, Português, Aritmética, Geometria, Geografia, História Natural, Caligrafia, Desenho e Canto, sob a direção dos Irmãos Maristas. Foi extraído do semanário O ALTO TAQUARY, de 16-2-1908. Iniciou em 2 de março, tendo na véspera a missa solene dominical de inauguração. O centenário do Colégio São José não mereceu ser registrado em livro, apesar do alerta frequente feito em 2006, sem interesse no investimento do poder público municipal.

* A mesma edição traz como manchete principal o Decreto 1.267, de 4-2-1908, assinado pelo presidente do Estado Carlos Barbosa Gonçalves e Protásio Alves, transferindo a 6ª Escola, do sexo masculino, da Picada Eckert, regida pelo professor Frederico Weingärtner, para o Povoado São Gabriel (hoje Cruzeiro do Sul) e a 10ª Escola, masculina, de Forquetinha, regida pelo professor Emílio Gans, para a Picada dos Conventos.

* O conhecido comandante castilhista na Revolução Federalista (1893-1895) Joaquim Tomás dos Santos e Silva Filho, mais conhecido por Santos
Filho, foi nomeado Chefe Estadual de Repressão ao Contrabando. É lembrado com nome de rua em Lajeado.

* Em 15-2-1908 realizou-se em Estrela a VII Assembléia Geral dos Católicos (imigrantes) Alemães do Rio Grande do Sul.

* Na formação do núcleo urbano de Anta Gorda está reservada área para praça, igreja e cemitério. Já tinham sido vendidos até junho 30 terrenos no centro.

Pequenas biografias

Catarina Werle ou Ir. Clotilde

Irmã ou Madre Clotilde de Sant’Ana foi a terceira diretora e superiora da Escola Madre Bárbara, de Lajeado.

Ela nasceu com o nome civil de Catarina Werle, em 22 de junho de 1874, em São Miguel de Dois Irmãos, filha de Valentino Werle e Elisabete Mattes Werle.

Já era moça feita, vocação tardia, com 24 anos de idade, quando ingressou na Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, em 26-6-1898. Tomando o nome religioso de Irmã Maria Clotilde de Sant’Ana, após dois anos de Noviciado, emitiu seus primeiros votos, em 26-7-1900, e seis depois, os votos perpétuos.

Transferida para Lajeado, assumiu a direção do então Colégio Sant`Ana, hoje Madre Bárbara, em 13 de julho de 1904. O prédio da escola era antiga, com remendos e muito apertado. Como a comunidade de Lajeado estivesse construindo um prédio novo, em 1907-1908, ao lado da igreja matriz, para o Colégio São José, sob a direção dos Irmãos Maristas, deixou que todos respirassem e pagassem a dívida contraída. Em 1909, a Madre Clotilde, como era chamada, iniciou a construção de um arrojado projeto: três andares para o novo colégio, na Rua Borges de Medeiros nº 403. Foi o maior prédio em Lajeado e região, por vários anos, demolido em 1967.

Em 11 de abril de 1916 entregou a direção do Colégio para a sua sucessora, Irmã ou Madre Eufrásia.

Com quase meio século de vida religiosa, veio a falecer no Hospital de Arroio dos Ratos, em 20-2-1958. Não pode ser confundida com sua homônima
Catarina Werle, que entrou, em 1857, na primeira turma do Noviciado da mesma Congregação, tomando o nome de Irmã Maria Vitória.

Marisa Martins Hädrich

Maria é professora, bacharel em Direito e escritora.

Nasceu em Lajeado, filha de Antônio Martins da Silva e de Carolina Pereira da Silva. Tem 3 filhos e é casada com Hermann Werner Hädrich. Passou a residir em Rio Grande, em 1998.

 Estudou até a conclusão do curso de magistério na Escola Normal Madre Bárbara. Cursou Letras na primeira turma da Faculdade de Educação e Letras da FATES. Bacharelou-se em Direito. Fez três especializações e concluiu os créditos de doutorado, pela Universidad de León, na Espanha.

Assumiu o primeiro cargo como professora estadual no G.E. André Leão Puente, de Canoas. A seguir trabalhou no G.E. Fernandes Vieira de Lajeado e no Colégio Estadual Presidente Castelo Branco, onde foi diretora por duas gestões, nele aposentando-se do ensino público.

Em 1980, iniciou carreira no ensino universitário, na então FATES, hoje UNIVATES. Nela lecionou Instituições de Direito Público e Privado e Direito Internacional Comercial, nos cursos de Ciências Contábeis, Administração e Comércio Exterior. Também ministrou aulas na UNISINOS, no curso de especialização em Direito Político e em cursos de pós-graduação da ULBRA.

Foi, por duas gestões, diretora da Faculdade de Ciências Econômicas da FATES e, também, por duas vezes, presidente da entidade mantenedora. Por três gestões presidiu o Conselho Municipal de Educação, de Lajeado. Recebeu os troféus Alicerce Cultura da Rádio Independente, em Lajeado, e Ana Terra, do Governo do Estado do RS, pelo trabalho educacional no Vale do Taquari (2008).

Publicou Canto dos Olhos Úmidos (1976), Flor Guerreira (1988) e Diário sobre Trilhos (1998). Mantém coluna semanal no jornal O Informativo, de Lajeado, e no jornal Agora, de Rio Grande. Foi escolhida pela ALIVAT – Academia Literária do Vale do Taquari – para ser patrona da VII Feira do Livro de Lajeado, de 11 a 17-9-2012.