Autor: José Alfredo Schierholt


Autor: José Alfredo Schierholt
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Montagem: Orestes Josué Mallmann

sábado, 22 de outubro de 2011



Engenho de serra e moinho

Antônio Fialho de Vargas, fundador de Lajeado, em 1862, encarregou o engenheiro prático Luís Jaeger para construir o seu engenho de serrar madeira, na sede da antiga Fazenda dos Carneiros ou Lajeado.
 Para as obras de infraestrutura, os escravos cavaram o grande valo e canais, extraíram e transportaram as pedras para o muro da represa, canalização da água e os alicerces do engenho e moinho.
Primeiro foi montada a serraria. Depois, foi a vez do moinho para farinha. Não demorou, foi acoplado o moinho de azeite, como combustível de luz. Finalmente, outra roda e correias movimentaram o descascador de arroz.
Vários escravos se estabeleceram em ranchos na vizinhança do engenho, onde tudo era mato, dando origem ao Bairro Hidráulica. Este primeiro complexo industrial e comercial foi o embrião do núcleo urbano de Lajeado, gerenciado por Luiz Jaeger.
A construção de um porto, com a estrada de ligação ao engenho, foi a segunda obra. A estrada recebeu o nome de Rua Santo Antônio e, desde 1898, foi alterado para Rua Júlio de Castilhos.
Segundo dados de Waldemar Schlabitz, o engenho passou, a seguir, pelos seguintes proprietários: Beilke & Kolling, Filipe Jacó Hexsel, Berwanger, José Stangler, Block, João Klaar, João Scheid, Guilherme Weber, Emílio Schlabitz (em 4-11-1900), que passou a administração do Engenho ao seu filho Augusto Schlabitz. Este comprou o Engenho dos herdeiros, reformando o complexo.
A enchente de 5-5-1941 quase encobriu o telhado. Destruiu quase tudo. Alguma coisa foi reconstruída. Quase um século depois, em 1958 foi desativado.
Hoje, os 12.884 m² integram o Parque Municipal Schlabitz, denominação dada pela Lei nº 2.562, em 18-9-1972.
  
Artistas esquecidos na região

O colega Olyr Zavaschi (falecido em 3-6-2011), na edição de 14-8-2006 do seu Almanaque Gaúcho na Zero Hora, lembrou as obras do escultor Vasco Prado.
 Desenhista, gravador e escultor, Vasco Prado nasceu em 1914, em Uruguaiana. Moço ainda, em 1940 mudou-se para Porto Alegre, para trabalhar, completar estudos e desenvolver seus pendores para a arte. Na década de 1960, ele também veio para Lajeado, onde foram fixadas obras de arte em relevo no salão de festas da ACVAT. Até hoje, não mereceram o devido destaque.
 Foram muitas as suas obras, espalhadas em várias cidades. Vencendo seu projeto num concurso público, é o autor do painel Epopéia Farroupilha que se localiza ao lado sul da Assembléia Legislativa gaúcha, na Rua Duque de Caxias. De seis metros de altura e 34 metros do comprimento, o painel representa temas ligados à Guerra dos Farrapos e foi inaugurado em 8-1-1974. Vasco Prado faleceu em 9-12-1998, em Porto Alegre.
O fenômeno do esquecimento de artistas de renome em nossa região também ocorre em outras áreas, como Theodor Alexander Josef Wiederspahn, o arquiteto imigrante alemão. Nasceu em 19-2-1878, em Wiesbaden, filho de Heinrich Josef Wiederspahn e Christine Luise Koop. Vindo para o Brasil em 1908, projetou-se em Porto Alegre, com mais de 350 construções em todo o RS, das quais destacamos as do Vale do Taquari: Banco Pelotense, em Estrela (1916); Capela do Asilo Pella, em Taquari (1928); Colégio Evangélico Alberto Torres (1944), Lojas Hexsel e a Sede da Acvat (1945), em Lajeado. Faleceu em 12-11-1952, em Porto Alegre.

Pequenas biografias

 João Weiler Klein
Nasceu em 4-11-1890, em Santa Clara do Sul, filho de Nicolau Klein e de Francisca Weiler. Em 1911, casou-se com Idalina Klein.
Em sua terra natal, foi professor primário muito severo e, por isso, também exigia dos filhos respeito, obediência e perfeição nos seus deveres.
Como subprefeito, exigia ordem na sociedade e submissão às autoridades.
Um clima de perturbação política se respirava no Brasil e no RS. O retorno à democracia se revestia apenas de caráter constitucional, pois a arbitrariedade e a prepotência das autoridades constituídas imperavam por todos os recantos. Getúlio Vargas e Flores da Cunha foram eleitos por um colégio eleitoral. Nomeado pelo Decreto nº 6.042, de 4-9-1935, para ser prefeito de Lajeado, Klein governou este município de 11-9-1935 a 8-1-1936.
 Coube-lhe garantir o pleito municipal e, sobretudo, assegurar a vitória ao partido florianista, o Partido Republicano Liberal. Sem deixar a função de Chefe do Executivo, ele mesmo foi candidato a Prefeito, usando a máquina administrativa municipal e estadual, isto é, Brigada Militar, Polícia Civil, repartições públicas e subprefeitos municipais, todos atrelados na campanha política. Esta situação foi responsável pelo assassinato de Orlando Fett, quatro dias antes das eleições. Por isso, a oposição venceu e elegeu João Frederico Schaan.
 Detalhes de seu governo estão em Lajeado I, p. 157-159. João Weiler Klein faleceu em 14-3-1958. Em Lajeado, é nome de rua no Bairro Montanha.
 
Resgatando primitivos nomes

Baixo Canudos - Linha colonial de Lajeado, entre Canudos e Forquetinha. Era denominada Nova Berlim da Forquetinha. Iniciou em 1884. A ampliação de três salas de aula, cozinha, refeitório e sanitárias da Escola Municipal Jacó Richter foi inaugurada em 9-4-1995. Entre os imigrantes pioneiros está o casal Luís Pilger e Elisabeth Berghahn. Hoje pertence a Canudos do Vale.
Balneário Palm Hepp - Ponto turístico e de lazer em Marques de Souza, entre a BR- 386 e a margem direita do Rio Forqueta.
Bandeado - Antiga denominação da parte alta na estrada aberta em 1854 por Antônio Joaquim da Silva Mariante, a quatro léguas de distância do Porto do Tamanco, em direção a Santa Cruz do Sul, segundo a Ata da Câmara de Vereadores de Taquari, de 10-4-1854.
 Barra da Forqueta – 1. Antigo porto na margem direita do Rio Taquari, na foz do Rio Forqueta. - 2. Linha colonial nas margens do Rio Forqueta, entre BR-386 e a estrada velha que liga Lajeado a Arroio do Meio. Desde 2003, setor imobiliário planeja a criação de um novo bairro, para facilitar o comércio de lotes urbanos. - 3. Segundo nome da Escola Municipal de Ensino Fundamental Vitus André Mõrschbãcher.

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