Autor: José Alfredo Schierholt


Autor: José Alfredo Schierholt
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Montagem: Orestes Josué Mallmann

sexta-feira, 13 de abril de 2012


Monumento Farroupilha - 1935

Para se integrar nas comemorações do centenário da Revolução Farroupilha ocorridas em todo o Rio Grande do Sul, uma comissão de líderes políticos
projetou a construção de um monumento em homenagem aos heróis farrapos.
Nada chegou até sobre as obras de construção, autor do plano, pagamento de despesas. A pasta foi extraviada ou sumiu do Arquivo Municipal.
O prefeito nomeado de Lajeado, empossado em 11 de novembro de 1934, mandou construir este monumento na Praça Gaspar da Silveira Martins, onde hoje está o Chafariz, inativo.
Sobre um monólito de arenito, de elevada estatura, foi sobreposta outra pedra, também arenito, chegando ao total, talvez, de cinco metros. Pela foto é possível se
fazer uma idéia da sua altura, comparando o monumento às pessoas que transita no entorno.
O Major Feio chegou a ver a beleza do monumento, que seria inaugurado na data do centenário, em 20 de setembro de 1935.
O prefeito foi transferido de Lajeado em 6 de setembro, dia em que entregou a administração a outro militar, interinamente, subprefeito tenente Pausânias Rodrigues Lopes. Coube-lhe apenas dar a posse ao novo prefeito nomeado João Weiler Klein, cinco dias depois. Por quê? Porque havia sido indicado candidato
florista a prefeito de Lajeado.
Em 20 de setembro de 1935, o governador Flores da Cunha promoveu grandes festejos pelo Centenário da Revolução Farroupilha. Sacramentou aí o seu novo Partido Republicano Liberal.
João Weiler Klein tudo fez para abrilhantar a solenidade, através da sua máquina adminitrativa, mormente a Diretoria da Instrução Pública, que hoje seria as secretarias de Educação e Cultura. Envolveu todas as escolas e colégios, públicos e particulares, conforme o jornal A Semana, de 23-9-1935.
Houve missa solene na igreja matriz Santo Inácio e culto no Templo Protestante. Na inauguração do obelisco discursaram Astrogildo Cunha, Amaro Barcelos e Teobaldo Dick. Compareceram as escolas de Marques de Souza, Santa Clara, Conventos, Várzea dos Ruschel (Carneiros), São Gabriel da Estrela e Moinhos. O churrasco foi servido no Estádio do Clube Esportivo Lajadense. Compareceu grande número de convidados e a totalidade dos colegiais presentes. À noite, nos salões da Sociedade Ginástica (depois Clube Tiro e Caça), efetuou-se imponente baile, promovido pelo Clube Recreativo do Comércio, animado pelo Guarani Jaz.
Menos de duas décadas depois, o prefeito Bruno Born, da noite para o dia, mandou colocar as máquinas na Praça Silveira Martins, derrubando o monumento. Por
que tem feito isso? Não se sabe ao certo. Segundo testemunhas, não foi por motivos políticos. Uma equipe de técnicos urbanos e paisagísticos consideraram aquele monumento desproporcional e fora da estética. Bruno Born gostava de remodelar a cidade, o que se pode provar com a Avenida Osvaldo Aranha, alargando-a ajardinando-a construindo aquele belo belvedere.  Na praça, construiu um chafariz, como está noticiado pelo jornal Voz do Alto Taquari, de 1-2-1955.
O que se salvou daquele monumento foi a placa de bronze. Ergueu-se um novo monumento, de menores proporções, defronte a igreja matriz. Tem 2,30m de altura e mais 0,44m de base com 0,68m a largura e 0,40m de profundidade.
Na antiga placa estão as armas do estado do Rio Grande do Sul, com os dizeres:
Homenagem da Prefeitura e do povo de Lajeado aos Heróis Farroupilhas.
1835 – 1935
Governo Municipal. Exmo. Snr. Major Ramiro Barcellos Feio”
Foto: Monumento Farroupilha na Praça Gaspar Silveira Martins - 1935.


Pequenas biografias

Irmão Pedro Canísio Heberle
      Ele foi um religioso marista, nono diretor do Colégio São José, de 1937 a 12-2-1939. De 1946 a 1949 foi diretor do Colégio Paranaense, em Curitiba, seguindo para Porto Alegre.
      Os dados biográficos me foram fornecidos pessoalmente pelo seu afilhado Adelino Canicius Machry, um pouco antes de seu falecimento.
      Irmão Pedro Canísio nasceu 22-7-1896, em Estrela, com o nome civil Guilherme Adolfo Heberle, f. Catarina Fritsch e Guilherme Agostinho Heberle, carpinteiro. Moço ainda, conheceu os Irmãos Maristas, que iniciavam em Lajeado a Escola São José, em 1908, e a Escola São Luiz, em 1913.
      Em Bom Princípio, fez ele o postulado e o noviciado em 1917 e 1918, emitindo os primeiros votos religiosos em 16-7-1918, com o nome de Irmão Pedro Canísio, em 19-7-1918. Como era costume na Congregação, iniciou a vida como cozinheiro e afazeres domésticos nas comunidades de São Leopoldo, Hamburgo Velho e Santa Cruz do Sul, período em que prosseguia seus estudos.
      Desde 1921, exerceu o magistério e direção nas escolas maristas de Porto Alegre, Tupanciretã, Cacequi, Rio Pardo, Uruguaiana, Lajeado, Livramento, Santa Cruz do Sul e Curitiba.
      Machry lembra que a igreja matriz de Lajeado adquiriu três sinos: Ignatius, (Petrus) Canisius e Caecilia, dos quais os Maristas, através do Diretor Irmão Pedro Canísio, doaram o sino Canisius. São Pedro Canísio é o padroeiro de Arroio do Ouro, capela pertencente à Paróquia de Santo Antônio, Estrela. Presbítero e doutor da Igreja, é festejado em 21 de dezembro, canonizado em 1925, pelo Papa Pio XI.
      Irmão Canísio faleceu em 16-6-1950, quando diretor do Colégio Rosário, em Porto Alegre.


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