Banho de Cultura pela Itália e Lisboa
De 2 a
12 de maio, minha esposa e eu fizemos nossa primeira viagem turística.
Iniciamos em Milão, conhecemos Verona, Veneza, Pádua, Pisa Florença, Siena,
Assis, Roma, Vaticano, Nápoles, Capri e terminamos em Lisboa. Acompanhando
grupos de turistas, com guias bem preparados, estivemos nos pontos históricos
mais destacados, o que registramos em 1001 fotos.
De norte a sul, atravessamos a Itália em torno
de 1.500 km de ônibus e barcos, mas os pontos turísticos nas cidades foram
percorridos a pé, o que foi um desafio bem vivido por um quase octogenário.
Valeu.
Gostaria de partilhar com
os apreciadores neste Blogue, mas levaria mais de um ano para registrar tudo o
que vimos e observamos. Assim, apenas vou compartilhar alguns lances e
agradecer a paciência de meus leitores.
Foi um banho saudável
de cultura e também de lazer!
Milão
é a 5ª maior cidade da União Europeia
Fundada por povos celtas, foi
conquistada pelos romanos em 222 a. C., depois governada pelos Visconti,
Sforza, e pelos espanhóis em 1500, pelos austríacos em 1700, por Napoleão em
1796, bombardeada pelos aliados na II Guerra Mundial por ser o principal centro
de resistência na Itália. Capital da região da Lombardia, a área urbana tem uma população estimada
em 4.300.000 habitantes. É capital internacional da moda. Fizemos um tour pelo
Castelo Sforza, Praça do Duomo, Catedral, num iate fizemos um cruzeiro pelo Lago
de Garda.
Aqui está o Castelo Sforzesco, de
Milão, símbolo do poder da Casa Sforza, na foto
de Renê Alievi Schierholt.
Casa
de Romeu e Giulietta em Verona
Verona é
uma província, comuna e cidade italiana
da região do Vêneto, com uma área de 206,63 km². Fundada pelos celtas,
foi conquistada e agregada ao Império Romano, em 89, com o nome de Augusta.
Depois de integrar os Estados Pontifícios, habitada também por monges beneditinos,
em 1866 foi acoplada ao Reino de Itália. A cidade foi declarada patrimônio da
humanidade pela Unesco por causa da sua estrutura urbana e arquitetura. Sabe-se
que 45% de sua agricultura estão ligadas aos parreirais para a produção das
mais notáveis marcas de vinho. Igualmente é grande produtora de frutas e
hortaliças.
Ao nosso grupo de turistas foi dada ênfase à casa de Romeu e
Giulietta, cuja história foi romanceada por William Shakespeare. No centro da cidade existe aqui exposta na foto, pelo que
conta a história, Julieta morava. Este é um grande marco da cidade, que recebe
a fama de cidade dos namorados,
atraindo centenas de turistas. Vimos várias mulheres tocando um dos seios da
Julieta para garantir sucesso no amor. Como havia duas famílias antigas que
sempre disputavam o poder. Romeu, filho dos Montecchios, enamora-se com
Julieta, filha dos Capuletos. Ambos decidem se casar, sob ameaça de vida e
morte das famílias inimigas. Na esperança de conseguir a reconciliação de
ambas, Frei Leonardo preside o casamento secretamente. O resto da história
todos conhecem.
Casa de Romeu e Julieta em Verona
Que
está acontecendo com Veneza?
A comuna de Veneza já
foi importante desde o Império Romano, como elo de ligação entre outros reinos
da antiga Europa. Estende-se por
uma área de 412 km², incluindo as ilhas de Murano, Burano e outras na Lagoa de Veneza.
É formada por 118 ilhas, banhadas pelas águas do Mar Adriático e ligadas por
400 pontes sobre os 150 canais que formam as ruas aquáticas. As casas são
ligadas entre si por estreitas ruelas. Já tinha mais de 270 mil habitantes. Hoje tem apenas
em torno de 60 mil, menor que Lajeado...
Por que em Veneza a
população está sumindo?
No decorrer dos últimos
anos, os habitantes não suportam mais as despesas na manutenção das casas, com
seus fundamentos se corroendo, e seu elevadíssimo custo de vida. Toda a vida
comercial e privada deve ser abastecida e mantida por produtos e mantimentos
trazidos pela navegação. O transporte e mão-de-obra por navegação são caríssimos.
Hoje, a cidade vive de intenso turismo e comércio.
Fachada da Catedral de S. Marcos Evangelista, em
Veneza. O turista se pergunta a razão dos quatro cavalos de bronze sobre o
portal, o que tem sua história. Agostinho Both, meu ex-colega de Seminário, em
2003 escreveu (ISBN 978-85-64997-83-7) que Lisipo é o escultor grego desta obra em bronze,
no séc. IV a.C. No século II,
o imperador Trajano as transportou para Roma. No
séc. IV, Constantino os levou para Constantinopla.
Em 1204, Enrico Dândolo, doge de Veneza no saque
de Constantinopla da Quarta Cruzada, os instalou na fachada da Catedral de São Marcos. Em 1809, Napoleão Bonaparte levou os cavalos para Paris, donde em 1815 foram devolvidos a Veneza. Para
protegê-los da poluição, desde a década de 1980 estão no Museu da Basílica e no
topo do arco foram instaladas suas réplicas.
Renê e
José Alfredo Schierholt numa gôndola em Veneza, em 5-5-2014.
Mistério
da Torre Inclinada de Pisa
No tempo do Império Romano, Pisa já foi porto fluvial pelo
Rio Arno, comuna importante na Região da Toscana, com 185 km², palco de longa
história.
De
1063 a 1173 foram iniciadas as construções da Catedral de Nossa Senhora da
Assunção, o Batistério (o maior do mundo) e a célebre Torre Inclinada.
Em
quase todas as igrejas antigas o Batistério estava separado da Igreja, pois, os
pagãos que se convertiam, eram denominados catecúmenos enquanto aprendiam o
Catecismo. Depois de receber o Sacramento da Iniciação pelo Batismo por infusão
na Fonte Central, o cristão podia participar dos demais ritos dentro da Igreja.
Consta
que o Mar Mediterrâneo chegou a ter um braço estendido à parte baixa da cidade.
Por isso, em terreno ainda refratário, a construção da torre foi se inclinando
com os anos, devido ao peso da construção. A inclinação chega a ter 4,31 metros.
Há uma inscrição que data de 1174. Já no terceiro piso, em 1185 tinha pequena
inclinação. Em torno de 1350 a construção foi concluída. Tem 56,705 metros de
altura. Com os anos, foram colocados mecanismos para impedir a rapidez da
inclinação, à razão de um milímetro ao ano. Portanto, ainda poderá cair...
Hoje,
Pisa tem 120.000 habitantes e 30.000 estudantes universitários. Corumbá (MS) é
uma das cidades gêmeas de Pisa.
Renê e
José Alfredo Schierholt descansam na Praça dos Milagres, em 6-5-2014.
Santo
Antônio é de Pádua ou de Lisboa?
Essa é a pergunta que muita gente se faz, mas é o mesmo
santo, nascido em 1195 em Lisboa, mas falecido em 1231 em Pádua, onde se
notabilizou.
Pádua é uma cidade italiana de 212.500 habitantes, capital da província homônima,
localizada na região do Vêneto, no nordeste do país, com 92 km².
A Basílica de Santo Antônio teve seu início de
construção um ano após a morte de Santo Antônio, em 1232, mas foi concluída sua
parte principal no fim do século XIII. As estruturas maciças e imponentes são
realmente românicas, mas a parte absidal lançada e com as 9 capelas
distribuídas em circunferência pertence ao gótico mais puro.
A basílica tem 115 m de comprimento, 55 m de
largura no cruzeiro e 38,50 m de altura máxima no seu interior. É rodeada de 8
cúpulas, 2 torres campanárias, 2 pequenas torres minarete e 2 campanários
gêmeos que atingem 68 m de altura.
Foto de Renê Alievi Schierholt, em 6-5-2014.
Observando
a vida rural em 1.360 km
Atravessando-se de ônibus pelo nordeste
da Itália e descendo até o sul, dá para se ver apenas alguns pontos
interessantes. Estávamos curiosos, para comparar com a região rural
ítalo-brasileira no RS. Bom seria se desse para ver tudo mais de perto...
São
indescritíveis as paisagens que se descortinam pela Itália. Na região de Vêneto,
bem como nos vales do Rio Pó e Rio Arno, se percebem muitas casas rurais, quase
todas de dois pisos, com demais instalações rurais, administrando pequenas
propriedades. As casas dos agricultores parecem ser muito antigas, várias
constantemente melhoradas, sem que descaracterizem sua antiguidade.
Há
também diversas moradias abandonadas e em ruínas. Isso faz lembrar agricultores
que deixaram tudo na emigração a outros lugares e continentes, especialmente para
o Brasil.
A Itália é rica em comunicações, mormente em autoestradas, trens e
navegação, no que é lembrada a ditadura de Benito Mussolini. Na Itália paga-se
muito pedágio, por toda a parte. Observamos por longos caminhos que a área
rural é rica em plantação de árvores frutíferas, hortaliças, parreirais,
lavouras de batata, oliveiras e plantas ornamentais, especialmente as árvores
ciprestes italianos, plátanos e
outras. É notável a pesca nos mares e rios. Não se vê gado em campos, pois os
animais se criam estabulados ou confinados, tanto para gado de corte como
produção de leite e derivados.
Com muita frequência se observam
núcleos ou vilas rurais, onde estão no centro a igreja ou capela, a
escola, a sociedade, campos de esportes, pequenas casas comerciais, indústrias,
artesanato ou mesmo algum profissional liberal.
Renê Alievi Schierholt, cujos antepassados são de Vêneto, clicou
várias fotos de área rural, o que deixa imaginar um povo alegre e trabalhador.
Hortos florestais abastecem praças e ruas das numerosas cidades.
Renê Alievi Schierholt, cujos antepassados são de Vêneto, clicou
várias fotos de área rural, o que deixa imaginar um povo alegre e trabalhador.
Faleceu o escritor Darcy Nivaldo Schmidt
Com sentimentos de grande perda,
devo informar a todos os colegas escritores o falecimento do mais novo escritor
no Vale do Taquari: Darcy Nivaldo Schmidt. Há poucos dias, ele fez questão de
vir pessoalmente ao nosso Laboratório de Pesquisa para nos dar a alegria de
permutar seu primeiro livro. Convidei-o para vir no próximo Colóquio Literário
apresentar a sua obra, como incentivo às demais pessoas a contar suas memórias
em livro, não só para os filhos, netos e parentes, mas para toda a região.
Empresário comercial, esportista,
radioamador, vereador e escritor, Darcy Nivaldo nasceu em 22-4-1929, em
Lajeado, filho de João Alberto Schmidt e de Olga Heineck. Casou-se em
30-10-1952 na Igreja Luterana de Lajeado com Teresinha Augusta Conzatti, tendo
os filhos professora Silvana e Jorge Alberto. Depois de cursar o primário no
Grupo Escolar Fernandes Vieira, fez o ginasial e contador no Colégio São José,
de Lajeado, ingressou no comércio, sendo diretor da Artelétrica Comercial
Ltda., na Rua Júlio de Castilhos nº 452. Como radioamador, usava o prefixo
PY3-BZE, na década de 1960. De 31-12-1963 a 30-1-1969 exerceu o mandato de
vereador, eleito pelo Partido Libertador, com aproximadamente 500 votos.
Por longos anos também integrou a diretoria da
ACVAT, da qual seu pai foi membro fundador e primeiro presidente. Também foi
presidente da Câmara dos Diretores Lojistas, em 1973 e 1974, focando o aprimoramento do Serviço de Proteção ao
Crédito (SCPC), que naquela época enfrentava certa resistência do público
consumidor e realizou o primeiro Comerciário do Ano. Como esportista, por 15
anos foi jogador do Clube Esportivo Lajeadense, e, depois, seu treinador.
No
seu 85º aniversário, lançou seu livro Minhas Histórias, com 112 páginas,
ilustradas com 27 fotos. Com apresentação de Sérgio Mello Jaeger, a obra é uma
retrospectiva biográfica, que contribui para a história de Lajeado. Faleceu em
28-5-2014, em Lajeado, e cremado em Porto Alegre.
Convidado a se integrar à Academia Literária do Vale do Taquari –
ALIVAT, disse que não se considerava escritor, mas gostaria de participar dos
encontros de escritores, mais para aprender. Deixando-nos tão cedo, o novo
escritor Darcy Nivaldo Schmidt pode ser candidato a Patrono da ALIVAT.
Muito interessante o seu relato sobre a Itália. Ele se dá numa linguagem diferenciada e próxima do que a gente tem curiosidade. Muito enriquecida em detalhes. Conte mais um pouco.
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